|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CONTAS PÚBLICAS
Idéia ainda em estudo desvincula benefícios ao salário mínimo, o que facilitaria aumento
Previdência pode ter salário-referência
da Sucursal de Brasília
O porta-voz da Presidência da
República, Georges Lamazière,
afirmou ontem que o governo estuda desvincular o salário mínimo dos benefícios pagos pela Previdência Social, com criação de
um salário-referência.
O mecanismo serviria como base para o reajuste das pensões e
benefícios previdenciários e "permitiria eventualmente conceder
aumentos maiores ao salário mínimo sem causar problemas
maiores para o equilíbrio (das
contas) da Previdência", disse o
porta-voz.
A idéia, segundo Lamazière, foi
citada pelo presidente Fernando
Henrique Cardoso durante conversa recente com o presidente do
Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). No encontro,
FHC disse a ACM que havia determinado que o Ministério da
Previdência providenciasse os estudos de viabilidade. Segundo Lamazière, os estudos ainda não
chegaram à Previdência -estão
no âmbito da Casa Civil.
A manifestação do Planalto ontem foi feita depois que o próprio
ACM defendeu a idéia do salário-referência, à tarde. "O que eu quero é melhorar o salário de quem
ganha pouco. Não quero que fique em R$ 136", disse o presidente do Congresso. Para ele, o governo deveria desvincular do mínimo os benefícios pagos pela Previdência Social, criando o salário-referência.
Lamazière insistiu que não há
nada definido nem um caráter de
urgência na discussão. "A questão
ainda está em tese, é uma discussão para um futuro relativamente
distante, não há nada iminente",
afirmou. "Senão, a idéia adquire
um caráter de urgência."
Segundo o porta-voz, não há
ainda estudos indicando percentuais de reajustes do salário mínimo nem de um eventual impacto
de sua dissociação com as contas
da Previdência. "Desvincular os
dois pontos não é sinônimo de
dar aumento a um deles."
Teto salarial
ACM afirmou ontem que vai
concordar com a fixação do teto
salarial de R$ 12.720 para o setor
público federal, para não ficar
contra os presidentes dos outros
Poderes (Executivo e Judiciário).
"Continuo com o princípio de
que o governo deve melhorar o
salário mínimo. É por isso que
vou lutar. Agora, é óbvio que não
vou atrapalhar a ação dos outros
Poderes. Todos querem o teto.
Não vou ficar sozinho contra os
outros", disse ACM.
Ele afirmou que está disposto a
assinar projeto de lei fixando o teto federal em R$ 12.720, "mas
com restrições".
Segundo ele, ainda não há acordo entre os presidentes dos três
Poderes -além dele, Fernando
Henrique Cardoso e Carlos Velloso, do STF (Supremo Tribunal Federal). ACM afirmou que o assunto "está em maturação". Velloso ontem também falou sobre o
assunto (leia texto abaixo).
A fixação do teto nesse valor vai
aumentar automaticamente os
salários dos ministros do STF
(Supremo Tribunal Federal) e vai
provocar aumentos dos salários
dos magistrados, em cascata.
O teto também vai abrir brecha
para que os parlamentares aprovem projeto de lei aumentando
seus próprios salários, que atualmente é de R$ 8.000 (brutos).
O deputado Severino Cavalcanti (PPB-PE), corregedor-geral da
Câmara, apresentou proposta de
emenda constitucional com 444
assinaturas garantindo autonomia dos três Poderes para que cada um defina seu próprio teto.
ACM -que em declarações anteriores dizia ser contrário ao teto- disse que continua achando
que o momento não é oportuno
para aumentar os salários de magistrados e parlamentares.
Texto Anterior: Precatórios: DNER e ministério não comentam caso Próximo Texto: Evento: Começa encontro de grupos de esquerda Índice
|