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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Custo Serra
Chegou a Lula a primeira demanda importante de
José Serra, tucano que o presidente pretende cortejar
ao menos por enquanto. O governador eleito reivindica a exclusão do setor público da medida que permite
ao trabalhador transferir, sem custo, o dinheiro da
conta salário para o banco de sua preferência.
Em janeiro, a Nossa Caixa herdará do Santander
Banespa 800 mil contas de servidores, monopolizando o pagamento da folha do Estado. Com a nova regra,
o banco estatal paulista não terá controle sobre a aplicação desse dinheiro. No mercado, aposta-se que Serra repetirá o que fez na prefeitura: um leilão pela folha
que rendeu ao município R$ 530 mi. A operação, porém, só atrairá o interesse dos bancos se Lula atender
ao pleito daquele a quem chama de "amigo".
Périplo. No esforço pela
mudança na conta salário,
Serra já falou com com o presidente do BC, Henrique Meirelles, e com os ministros Guido Mantega e Paulo Bernardo. O futuro secretário da Fazenda, Mauro Ricardo, também foi ao titular do Planejamento para tratar do assunto.
Fala, Lula. O presidente foi
aconselhado a convocar rede
nacional para anunciar algo
que se pareça com medidas
concretas para solucionar o
caos na aviação. Auxiliares temem que ele chegue à posse
com a avaliação do governo
em queda nas pesquisas.
Para quem pode. Paulo
Maluf (PP-SP) contava ontem
que, depois de esperar durante horas a fio pelo embarque
para Brasília, resolveu alugar
um jatinho. "Vou mandar a
conta para o governo e para a
companhia aérea."
Escaninho 1. A falta de regulamentação do direito de
greve dos servidores públicos,
um dos fatores a alimentar o
movimento dos controladores de vôo, poderia ser contornada com o julgamento de um
mandado de injunção adormecido no STF desde junho,
após pedido de vista do ministro Ricardo Lewandowski.
Escaninho 2. O mandado
foi ajuizado pelo Sindicato
dos Policiais Civis do Espírito
Santo contra o Congresso Nacional. Diante do pedido de
vista, o ministro Gilmar Mendes entendeu que deve ser
aplicada a Lei de Greve da iniciativa privada enquanto não
houver regulamentação de lei
específica para os servidores.
Dois discursos. Lula, que
ao PSB sinalizou a intenção de
recolocar Ciro Gomes na Integração Nacional, a petistas
disse que não pretende fazê-lo ministro de novo, sob pena
de "antecipar 2010".
Prévia. A derrota do petista
Paulo Delgado para o pefelista
Aroldo Cedraz na disputa por
uma vaga no TCU foi lida como uma vitória de Aldo Rebelo (PC do B) e também como
um aviso: se o PT insistir com
a candidatura de Arlindo Chinaglia à presidência da Câmara, pode dar qualquer bicho na
eleição de fevereiro.
Ajuda extra. Ao encontrar
na Câmara alguns partidários
de Aldo desolados com o lançamento de Chinaglia, o petista José Eduardo Cardozo tratou de animar os colegas:
"Não subestimem a nossa capacidade de fazer besteira".
Aperto. Depois de ocupar a
tribuna da Câmara durante
três horas e meia na terça-feira, proferindo um discurso de
despedida interrompido por
47 apartes, o governador eleito de Pernambuco, Eduardo
Campos (PSB), saiu correndo
à procura de um banheiro.
Gasolina 1. O Ministério
Público Eleitoral do Amazonas entrou com representação contra o senador eleito
Alfredo Nascimento (PL), sob
acusação de compra de votos.
Gasolina 2. Segundo a denúncia dos promotores, o ex-ministro dos Transportes teria feito uma carreata em Manacapuru e fornecido combustível para os eleitores. Foram apreendidas 36 requisições com santinhos da campanha de Nascimento.
Tiroteio
"A sobrevivência de Waldir Pires no Ministério
da Defesa é a prova definitiva de que, no
governo Lula, ninguém cai por incompetência".
Do deputado JOSÉ CARLOS ALELUIA (PFL-BA), líder da minoria na Câmara, sobre a permanência do ministro na cadeira a despeito de mais
de um mês de inferno nos aeroportos do país.
Contraponto
Sob tortura
Em 1993, no plebiscito sobre sistema de governo, a
Frente Parlamentarista, presidida pelo senador José Richa (PSDB-PR), partia de Belém quando o deputado Israel Pinheiro Filho (PTB-MG), o Israelzinho, pediu para
que o grupo esperasse alguns minutos antes de embarcar:
-Vou comprar uma coisa deliciosa-, anunciou.
Já na decolagem, o jatinho foi tomado por um cheiro
fortíssimo. Ninguém sabia ao certo de onde vinha. Apenas
quando a viagem completava sua primeira hora, Israelzinho se lembrou de contar que havia comprado os tradicionais camarões secos do Pará, que, acondicionados em sacos plásticos, tornaram a volta a Brasília um suplício.
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