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AGENDA PETISTA
Inocêncio vê "assembleísmo" na condução da reforma da Previdência
Congresso reage à maneira
de Lula conduzir reforma
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Congresso reagiu com
apreensão à decisão do governo
de levar a reforma da Previdência
a outras instâncias antes de submetê-la ao Legislativo. Além do
risco de atrasar um projeto considerado inadiável, teme-se nos
partidos que o procedimento sirva como instrumento de pressão
a deputados e senadores.
"A última palavra é do Congresso", disse o presidente do Senado,
Ramez Tebet (PMDB-MS). "Aqui
não tem nenhum deputado biônico, o povo está representado na
sua inteireza, com seus defeitos e
qualidade", afirmou o líder do
PFL na Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PE), ao ressaltar
que o Congresso é a instância adequada para a discussão.
No próprio PT há quem faça
questão de ressaltar que o Congresso é o palco para a discussão,
negociação e votação da reforma
previdenciária. Este é o caso, por
exemplo, do deputado João Paulo
Cunha (SP), candidato da sigla à
presidência da Câmara:
"Não é nem para confrontar e
nem para substituir o Parlamento. Serve [a discussão do projeto
no Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social e com segmentos da sociedade] para subsidiar o Executivo. Quem vota são
os deputados e senadores", disse
João Paulo.
Os líderes congressistas destacaram que o procedimento a ser
adotado pelo governo pode atrasar uma reforma que é considerada urgente. "Não sei como essa
discussão será feita, mas presumo
que se forem ouvir todos os segmentos da sociedade a reforma só
chegará ao Congresso no fim do
ano", advertiu Tebet.
O presidente do Congresso
também teme que a discussão em
outras instâncias acabe por contaminar o projeto de reforma com
interesses corporativos. "Cada
um vai defender o seu setor", disse Ramez Tebet.
Para o presidente nacional do
PSDB, deputado federal José Aníbal (SP), a fórmula pode até servir
"para uma maior convergência e
favorecer a discussão no Congresso", mas "a questão de fundo é
que a reforma é inadiável e tem de
ser feita nos nos planos federal e
estadual".
Aníbal argumenta que o déficit
previdenciário do setor público
foi de R$ 53 bilhões, ano passado,
sendo metade dele federal e a outra metade de Estados e municípios. Dessa parte, só o déficit de
São Paulo alcança R$ 7 bilhões.
"O PT tem 23 deputados em São
Paulo. Eles também precisam entender que a reforma é necessária
e urgente", disse.
Para Inocêncio, "o assembleísmo do PT atrapalha o sistema
presidencialista, que exige decisões rápidas".
O líder do PFL sugere que o governo, enquanto discute a reforma, vote em caráter emergencial o
projeto de lei complementar nš 9,
cujo texto básico já foi aprovado
pelo Congresso.
Faltam votar apenas três destaques ao projeto, que estabelece as
regras gerais para a Previdência
complementar dos servidores efetivos da União, dos Estados e Municípios. Em resumo, diz que nenhum ente da federação poderá
pagar a seus servidores mais do
que o INSS paga aos aposentados.
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