ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar de ainda não haver um formato nacional definitivo, no Piauí, onde terá seu projeto piloto na cidade de Guaribas, o programa Fome Zero destinará R$ 50 por mês prioritariamente às famílias pobres que não recebem outro benefício federal. O dinheiro só poderá ser gasto em alimentos, o que já foi bastante criticado.
Haverá profissionais, os "monitores de famílias", com a missão de orientar as pessoas sobre que produtos comprar para melhorar a qualidade da alimentação.
Os monitores também vão se encarregar de receber, mensalmente, a prestação de contas dos beneficiados, que deverão apresentar notas fiscais e recibos para comprovar que gastaram o dinheiro recebido em alimentos. Também há indicação para que as compras sejam feitas no comércio da região, já que o programa quer promover o desenvolvimento econômico regional sustentável.
A limitação do uso do dinheiro tornou-se o ponto mais polêmico do programa porque há controvérsias, dentro da equipe do governo, sobre condicionar ou não os gastos à compra de alimentos.
Há uma equipe em campo, na cidade de Guaribas, a 530 Km de Teresina, fazendo o levantamento de 500 famílias que receberão os recursos inicialmente. As que já possuírem um cartão de benefício terão acrescido ao que recebem os R$ 50 do Fome Zero. Para as demais, serão confeccionados cartões exclusivos. O pagamento será feito nas agências da CEF (Caixa Econômica Federal) ou nos chamados "correspondentes bancários" -comércios credenciados que executam quase todos os serviços de bancos, com exceção da manutenção de contas correntes.
Inicialmente, a idéia era lançar o Fome Zero em Guaribas no dia 10, aproveitando passagem da comitiva ministerial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cidade. Como o roteiro foi desviado para Teresina, por questões operacionais, a equipe do programa decidiu desmembrar as ações que estão sendo preparadas.
Já estão começando em Guaribas os projetos de melhoria habitacional para 500 famílias, perfuração de poços e análise de potencial de negócios, levando em consideração a aptidão da população e a vocação econômica da região.
O lançamento do cartão magnético para o saque de R$ 50 por mês para 500 famílias foi adiado para fevereiro. O tempo servirá para o governo definir o formato nacional para o Fome Zero. A idéia é que o formato seja apresentado em Brasília até o final do mês.


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