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Pelo menos oito Estados
enfrentam dificuldades
DA AGÊNCIA FOLHA
Atrasos no pagamento de salários e do 13º, moratória com fornecedores, preocupação com o pagamento da dívida com a
União, repasses suspensos e caça a "esqueletos". Esse era o quadro
enfrentado por pelo menos oito governadores uma semana depois de terem tomado posse. Alguns deles pedem ajuda ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva para contornar a situação.
Alegando ter assumido o Estado com o "caixa zerado", o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PSB), se reuniu ontem com o presidente e pediu uma ajuda financeira de R$ 282 milhões para
pagar o funcionalismo.
Hartung afirma que o ex-governador José Ignácio Ferreira (sem
partido) não deixou recursos para
o pagamento dos servidores e ainda deixou o caixa do Estado negativo em R$ 1,2 milhão. "Estou vindo aqui [Brasília] de pires na mão
para tratar de coisas do passado",
afirmou o governador.
O Estado está com R$ 61,4 milhões bloqueados pelo governo
federal devido ao não pagamento
de parcela da dívida com a União.
A Agência Folha não conseguiu
falar ontem com José Ignácio.
O governador de Mato Grosso
do Sul, Zeca do PT, também foi
ontem à capital federal. Em audiência com o ministro dos
Transportes, Anderson Adauto,
discutiu o ressarcimento dos créditos referentes a obras em rodovias federais. No final da tarde, ele
teria um encontro com o ministro
da Casa Civil, José Dirceu, onde
também trataria do assunto.
O governo estadual recorreu a
um empréstimo bancário para
pagar os salários de novembro, de
dezembro e o 13º.
O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), também enfrenta problema para pagar os servidores. O salário de dezembro
do funcionalismo está atrasado,
além do 13º dos servidores da
Educação, Saúde e Trabalho.
O governador do Rio Grande
do Sul, Germano Rigotto
(PMDB), diz estar concentrando
esforços para pagar a parcela de
R$ 38 milhões que vence depois
de amanhã.
Minas Gerais, Estado governado pelo tucano Aécio Neves, não
apresenta um problema imediato
já que teve uma verba liberada devido à medida provisória das estradas federais. De qualquer forma, o governo quer ter maior participação nos impostos federais.
A forma como isso se daria não
foi revelada pelo secretário da Fazenda de Minas, Fuad Jorge Noman Filho. Essa maior participação seria uma saída para o Estado
se contrapor ao gasto mensal que
tem com a dívida da União -cerca de R$ 130 milhões.
Anteontem, o governador do
Paraná, Roberto Requião
(PMDB), determinou a suspensão por três meses dos pagamentos do Estado a fornecedores, empreiteiros, prestadores de serviços
e prefeituras. Requião declarou
que a medida se justifica para que
ele e a sua equipe "tomem pé da
situação do Estado".
Os governadores da Paraíba e
do Rio Grande do Norte também
anunciaram moratórias parciais
na semana passada.
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