São Paulo, quarta-feira, 08 de janeiro de 2003

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Pelo menos oito Estados enfrentam dificuldades

DA AGÊNCIA FOLHA

Atrasos no pagamento de salários e do 13º, moratória com fornecedores, preocupação com o pagamento da dívida com a União, repasses suspensos e caça a "esqueletos". Esse era o quadro enfrentado por pelo menos oito governadores uma semana depois de terem tomado posse. Alguns deles pedem ajuda ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva para contornar a situação.
Alegando ter assumido o Estado com o "caixa zerado", o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PSB), se reuniu ontem com o presidente e pediu uma ajuda financeira de R$ 282 milhões para pagar o funcionalismo.
Hartung afirma que o ex-governador José Ignácio Ferreira (sem partido) não deixou recursos para o pagamento dos servidores e ainda deixou o caixa do Estado negativo em R$ 1,2 milhão. "Estou vindo aqui [Brasília] de pires na mão para tratar de coisas do passado", afirmou o governador.
O Estado está com R$ 61,4 milhões bloqueados pelo governo federal devido ao não pagamento de parcela da dívida com a União.
A Agência Folha não conseguiu falar ontem com José Ignácio.
O governador de Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, também foi ontem à capital federal. Em audiência com o ministro dos Transportes, Anderson Adauto, discutiu o ressarcimento dos créditos referentes a obras em rodovias federais. No final da tarde, ele teria um encontro com o ministro da Casa Civil, José Dirceu, onde também trataria do assunto.
O governo estadual recorreu a um empréstimo bancário para pagar os salários de novembro, de dezembro e o 13º.
O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), também enfrenta problema para pagar os servidores. O salário de dezembro do funcionalismo está atrasado, além do 13º dos servidores da Educação, Saúde e Trabalho.
O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), diz estar concentrando esforços para pagar a parcela de R$ 38 milhões que vence depois de amanhã.
Minas Gerais, Estado governado pelo tucano Aécio Neves, não apresenta um problema imediato já que teve uma verba liberada devido à medida provisória das estradas federais. De qualquer forma, o governo quer ter maior participação nos impostos federais.
A forma como isso se daria não foi revelada pelo secretário da Fazenda de Minas, Fuad Jorge Noman Filho. Essa maior participação seria uma saída para o Estado se contrapor ao gasto mensal que tem com a dívida da União -cerca de R$ 130 milhões.
Anteontem, o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), determinou a suspensão por três meses dos pagamentos do Estado a fornecedores, empreiteiros, prestadores de serviços e prefeituras. Requião declarou que a medida se justifica para que ele e a sua equipe "tomem pé da situação do Estado".
Os governadores da Paraíba e do Rio Grande do Norte também anunciaram moratórias parciais na semana passada.


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