PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), anunciou que vai participar da visita presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assim que o presidente e seus ministros desembarcarem no Estado, no sábado, com destino ao Vale do Jequitinhonha, que nas últimas eleições se tornou o "vale da discórdia". Em um programa eleitoral e em discurso em Diamantina, em 12 de setembro, Lula definiu o Vale do Jequitinhonha, a região mais pobre de Minas, como o "vale da miséria".
Três dias depois, Aécio, ao lado do presidenciável derrotado José Serra (PSDB), durante comício na região, reagiu: "O trabalho dessa gente [do vale] demonstra que este não é o vale da miséria, como dizem alguns candidatos. Este é o vale do trabalho".
E Serra emendou: "Há um candidato que tem apresentando esta região como o vale da miséria. Não é vale da miséria, não. É vale do trabalho e da esperança".
Quatro meses depois, Aécio e Lula, que apesar desta discórdia têm mantido boa convivência, se encontrarão em Montes Claros e de lá seguirão para Itinga, cidade que nos dois turnos da eleição preferiu Serra a Lula [52% a 47% dos votos válidos, no segundo turno] -em todo o vale o vitorioso foi Lula.
Com população de 13,8 mil habitantes, Itinga tem IDH de 0,623, abaixo da média das cidades alagoanas (0,633), o Estado com o pior índice do país. O Jequitinhonha, com 678 mil habitantes, está no semi-árido mineiro. São 51 municípios com problemas que se agravam por causa da seca. Nesta época do ano, costuma chover sem regularidade na região. Mas as águas do verão não podem ser contidas para o trabalho rural.


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