São Paulo, segunda-feira, 08 de janeiro de 2007

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Painel

Olho em Brasília

Após conversas com a bancada do PSDB e outros governadores, Aécio Neves passou a se dedicar à criação de uma "agenda da Federação", nome dado pelo mineiro ao conjunto de propostas de interesse dos Estados que pretende levar a Brasília já em fevereiro.
O tucano prepara reuniões separadas com os demais governadores para listar o que é consenso e o que deve ficar de fora por falta de chance de sair do papel -caso da renegociação da dívida dos Estados.
Por ora, figuram na agenda a reforma tributária, a proibição de contingenciamento dos recursos da segurança, o gerenciamento da malha viária federal e os repasses para as perdas com a Lei Kandir.

Caixa-preta 1. Está nas mãos da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) o esboço de um projeto de lei para criar uma versão brasileira do norte-americano Freedom of Information Act, que dá acesso a informações internas de ministérios a qualquer cidadão.

Caixa-preta 2. O projeto, da CGU, regulamenta o "direito de petição", já previsto na Constituição, estabelecendo prazos para os ministérios responderem e até sanções a autoridades que não colaborarem. Os dados referentes à "segurança nacional" permanecerão fechados.

Bola cantada. No período entre o segundo turno das eleições e a posse, Lula foi aconselhado por amigos de Ciro Gomes (PSB-CE) a não deixar o ex-ministro da Integração "solto", de modo que se sentisse à vontade para começar a criticar o governo e alçar vôo próprio.

Rumo a 2008. Marta Suplicy se movimenta para colocar aliados no comando petista, que será renovado no segundo semestre. A ex-prefeita planeja lançar Cândido Vaccarezza para a presidência paulista do partido e Rui Falcão para a nacional.

Dinâmica de grupo. Abatido pelas infindáveis crises, o Campo Majoritário, grupo interno que ocupa a presidência do PT, fará um seminário em fevereiro, em Atibaia (SP). Quer traçar estratégias para enfrentar o bombardeio no Congresso do partido.

Malas prontas. O ministro Walfrido dos Mares Guia (Turismo) já ensaia o discurso para deixar o PTB, provavelmente rumo ao PSB. "Quando o partido não me quiser mais, eu saio", diz, em recado a Roberto Jefferson, que tenta levar a legenda para a oposição.

Prosódia. Se for eleito presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) pede que seu sobrenome seja pronunciado respeitando a forma italiana, "Quinalha". Diz que é em homenagem a seu pai.

Interesse. Primeira suplente da coligação petista, Telma de Souza (SP) está engajadíssima na campanha de Chinaglia. Com uma eventual acomodação de Aldo Rebelo (PC do B-SP) num cargo do governo caso perca a disputa, estará aberta a vaga para que ela assuma um assento na Câmara.

Experiência. Observador distante da disputa pela presidência da Câmara, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) -derrotado em 2005 por Severino Cavalcanti (PP-PE) e não-reeleito-, aconselhou Chinaglia a não adotar megaestrutura de campanha.

Migrante. O ex-ministro da Agricultura de FHC Pratini de Moraes foi nomeado secretário de Relações Internacionais do Mato Grosso do Sul. Vai dividir seu tempo entre o Estado e o Rio Grande do Sul, onde continuará vivendo.

Pressão. O secretário de Desenvolvimento de Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho, foi incumbido pelo governador Eduardo Campos (PSB) de ser o interlocutor com o governo Lula para projetos federais no Estado. A prioridade é a refinaria da Petrobras.

Tiroteio

A chiadeira foi geral quando Duda Mendonça levou a conta do governo Lula. Agora, com os amigos acomodados na prefeitura, PSDB e PFL terão de engolir o próprio discurso.


Do vereador ANTONIO DONATO (PT) sobre o fato de agências ligadas a tucanos terem vencido a licitação da publicidade oficial da Prefeitura de São Paulo, sob o comando do pefelista e aliado Gilberto Kassab.

Contraponto

Digam "xis"

Rivais na disputa pela presidência da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) participaram de cerimônia no Palácio do Planalto, na última sexta.
Ao fim do evento, começaram a conversar em voz baixa, em um canto. O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais), que ainda aposta numa candidatura de consenso na base aliada, dirigiu-se aos dois e pediu:
-Vamos deixar a imprensa registrar nossa união!
Pegos de surpresa, Aldo e Chinaglia sorriram amarelo e posaram para fotógrafos e cinegrafistas, com Tarso no meio. O ministro, esfuziante, comemorou:
-Isso! Isso! Muito bom! Muito bom!


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