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Planalto e Aldo agem para barrar 3º nome na Câmara
Tarso quer que deputado dispute só com Chinaglia e diz temer "novo Severino"
Gabeira e "Grupo dos 30" avaliam que concorrência entre dois candidatos da base governista favorece vitória de outra pessoa
ADRIANO CEOLIN
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e o Palácio do Planalto tentam barrar o lançamento de um terceiro
nome na disputa pelo comando
da Casa. Por ora, Aldo e o líder
do governo na Câmara, Arlindo
Chinaglia (PT-SP), são os únicos pré-candidatos.
Por telefone, Aldo conversou
com articuladores do chamado
"Grupo dos 30". Eles se reúnem
hoje em São Paulo para tentar
lançar uma "terceira via" na
disputa. O grupo deseja promover ações ao longo da legislatura para resgatar a desgastada
imagem do Congresso.
Já o ministro das Relações
Institucionais, Tarso Genro,
disse que, "se houver apenas
dois candidatos da base [de
apoio ao governo, Aldo e Chinaglia], não há problema em
haver disputa". No entanto,
afirmou que, se surgir um terceiro nome, "o governo deve se
precaver e tentar unificar a
candidatura da base para evitar
um novo episódio Severino".
Em 2005, Severino Cavalcanti
se elegeu presidente da Câmara tirando proveito da divisão
na base do governo, que apresentou dois postulantes.
Aldo propôs uma reunião
com o "Grupo dos 30" para tentar minar a eventual novidade.
Ele teme o enfraquecimento de
apoios que articula na oposição, sobretudo no PSDB.
Em conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
na semana passada, Aldo disse
que um dos seus trunfos contra
Chinaglia era o suporte de parte da oposição.
Chance de vitória
Antes propenso a lançar uma
"anticandidatura", o "Grupo
dos 30" avalia que a disputa entre Aldo e Chinaglia abre espaço para um nome com chance
de vitória.
O sonho do grupo é que esse
candidato surja do PMDB ou
do PT, partidos que terão, respectivamente, a primeira e a segunda maiores bancadas da Câmara na nova legislatura.
O peemedebista Michel Temer (SP) seria um dos preferidos. O grupo também cogita
um entendimento com petistas
como Walter Pinheiro (BA) e
José Eduardo Martins Cardozo
(SP).
"Inicialmente, havia a possibilidade de anticandidatura
apenas para marcar posição.
Agora a gente quer tentar achar
uma pessoa que possa vencer",
diz Fernando Gabeira (PV-RJ),
um dos articuladores do "Grupo dos 30", que poderá crescer
com a adesão de deputados de
primeiro mandato.
"Estamos falando com muita
gente do PMDB e do PT", afirma o tucano José Aníbal (SP).
"É desses partidos que sairá um
nome que tenha perfil republicano e que seja independente
do Executivo", diz Raul Jungmann (PPS-PE).
Aldo enviou mensagem ao
"Grupo dos 30" dizendo-se
atento às reivindicações da
frente, como mudança da imunidade parlamentar e rejeição
ao reajuste de 91% do salário
dos deputados (R$ 24.500
mensais) -esta uma medida
defendida por ele e Chinaglia.
"Conseguir um apoio desse
grupo no primeiro turno seria
uma maravilha. Se não for possível, tenho certeza de que esse
pessoal tende a apoiá-lo no segundo turno", diz Ciro Nogueira (PP-PI), um dos coordenadores da campanha de Aldo.
Tarso Genro disse que conversará com os presidentes dos
partidos aliados e que poderá se
reunir com eles nesta semana
para elaborar estratégia comum na eleição.
Em resposta à crítica de interferência do Executivo no Legislativo, Tarso afirma: "O governo tem a obrigação de manifestar a sua opinião à sua base.
É legítimo".
De acordo com ele, "a maioria do PFL e do PSDB, com
apoio de partidos da base do governo", elegeu Severino em
2005. "Sem julgamento moral
sobre a conduta [de Severino],
elegeram um deputado que não
teve condição de dar estabilidade à Câmara nem harmonia à
relação entre os Poderes", afirmou.
Amanhã, às 15h, a bancada do
PMDB deverá debater seu destino na eleição da Câmara. Até
ontem, a tendência majoritária
era pró-Chinaglia.
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