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Frente vai "patrulhar" parlamentares eleitos
Alvo do "Grupo dos 30", liderado por Gabeira, são os citados em escândalos e investigados pela Justiça
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A crise ética do Congresso levou um grupo de cerca de 30
parlamentares a criar uma
frente suprapartidária para fiscalizar o comportamento dos
513 deputados e 81 senadores.
O grupo -acusado, nos corredores do Congresso, de demagogia e de buscar a autopromoção- é liderado informalmente pelo deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). Tem, entre seus expoentes, os que se
posicionaram contra o reajuste
salarial para R$ 24,5 mil e que
participaram de CPIs recentes.
Entre os principais alvos do
"patrulhamento" da frente estão os deputados federais eleitos Paulo Maluf (PP-SP) e José
Airton Cirilo (PT-CE).
Maluf responde a processos
por desvio de recursos -que
ele nega- na Prefeitura de São
Paulo. "Qualquer fato novo que
surgir vai resultar no pedido de
cassação dele", disse Gabeira.
No caso de Cirilo, a CPI dos
Sanguessugas recomendou ao
Ministério Público seu indiciamento. Por meio de terceiros,
Cirilo teria recebido propina do
líder da máfia das ambulâncias,
Luiz Antonio Vedoin. Ele nega.
Os idealizadores da frente se
reúnem hoje em São Paulo para
discutir o lançamento de um
terceiro nome à presidência da
Câmara. Eles acham que Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Aldo
Rebelo (PC do B-SP) não têm
condições de defender a bandeira da ética.
"Queremos recuperar a credibilidade do Congresso. Na
próxima legislatura, haverá
uma série de deputados que estão fugindo da polícia", disse
Gabeira.
A formação da frente foi impulsionada pelos escândalos do
mensalão e dos sanguessugas.
Ganhou força com a discussão
sobre o reajuste salarial. Os 12
parlamentares que assinaram o
mandado de segurança contra
o aumento integram o grupo.
Outro que deve aderir ao grupo é o deputado José Aníbal
(PSDB-SP). Ele tem conversado com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o assunto, mas nega que FHC
terá ingerência sobre o grupo.
O líder do PDT na Câmara,
Miro Teixeira (RJ), critica o fato de o grupo tomar para si a
bandeira da ética. "A frente não
pode achar que a questão ética
é uma bandeira exclusiva."
Maluf
O deputado eleito Paulo Maluf (PP-SP) disse ontem, por intermédio de sua assessoria de
imprensa, sobre os deputados
que pretendem "fiscalizá-lo"
na Câmara: "Quem foi eleito
deputado com 740 mil votos ou
10 mil votos é um deputado como todos os demais. Quem julga deputados é a Justiça. Aos
deputados desse grupo que usa
falsas acusações para aparecer
na mídia, recomendo que comecem a trabalhar pelos Estados que os elegeram.
Desafio que achem alguém que tenha
feito mais por São Paulo do que
eu em meus 39 anos de vida pública".
A assessoria de José Airton
Cirilo disse que ele estava incomunicável ontem, em férias no
interior do Estado.
(AC)
Colaborou RUBENS VALENTE , da Reportagem
Local
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