UOL

São Paulo, sábado, 08 de fevereiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TIROTEIO BAIANO

Deputado acusa ACM

Grampo contra Geddel tem origem ilegal, diz PF

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Federal admitiu ontem, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que houve fraude no pedido de quebra de sigilo telefônico do deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA).
O nome do deputado foi incluído a caneta no pedido oficial feito pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia, de acordo com a assessoria da PF.
O pedido de quebra de sigilo foi feito pela secretaria a uma juíza de Itapetinga. Segundo a assessoria da Polícia Federal, o delegado Gessival Gomes da Silva vai investigar o caso, a pedido do diretor-geral Paulo Lacerda.
A suspeita da PF, até agora, é de que inimigos políticos de Geddel tenham incluído o nome dele no pedido feito pela Secretaria da Segurança à Justiça.
Geddel procurou Lacerda na terça-feira para relatar a existência do grampo. O deputado levou ao policial documentos de sua operadora de telefonia celular confirmando a quebra de sigilo.
O deputado também entregou a Lacerda um fax contendo ameaças do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), seu adversário político regional, a ele. Na conversa com o delegado, Geddel citou o nome de ACM.

Grampo
O grampo no telefone celular de Geddel Vieira Lima foi feito com autorização judicial, mas a PF investiga agora como e qual o motivo de um documento da Secretaria de Segurança Pública da Bahia ter sido adulterado.
O pedido foi feito para apuração pelas polícias estaduais da Bahia de um determinado crime, que a PF ainda não sabe qual é. Segundo as investigações preliminares, não haveria relação de Geddel com o crime. Ou seja, o deputado não figurava entre os suspeitos da secretaria baiana, a ponto de justificar uma medida judicial de interceptação telefônica.
A Folha apurou que, na PF, as novas informações soaram como reforço à tese de Geddel de espionagem política.
Geddel e ACM se desentenderam durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso. O peemedebista se aliou ao PT como uma forma de oposição ao pefelista.
No início do governo FHC, Geddel e ACM foram aliados. A relação sempre foi tensa, mas era amenizada pela interferência do filho de ACM, Luís Eduardo Magalhães, morto em abril de 2001.

Outro lado
Anteontem, ACM afirmou que não fez ameaça a Geddel no fax que enviou a ele no ano passado. "Apenas disse que nós dois, que nos elegemos, nos encontraríamos depois da eleição".
À Folha, ACM afirmou que o conteúdo do grampo deveria ser investigado, mas que tinha dúvidas sobre a existência da quebra de sigilo.
O grupo político de Geddel, segundo ACM, não seria um adversário porque o grupo carlista obteve uma votação mais expressiva nas últimas eleições.
(IURI DANTAS)


Texto Anterior: Outro lado: Governador diz que não teme as investigações
Próximo Texto: Rio: Suspeitos de matar Paiva são presos
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.