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TIROTEIO BAIANO
Deputado acusa ACM
Grampo contra Geddel tem origem ilegal, diz PF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal admitiu ontem, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que houve
fraude no pedido de quebra de sigilo telefônico do deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA).
O nome do deputado foi incluído a caneta no pedido oficial feito
pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia, de acordo com a
assessoria da PF.
O pedido de quebra de sigilo foi
feito pela secretaria a uma juíza de
Itapetinga. Segundo a assessoria
da Polícia Federal, o delegado
Gessival Gomes da Silva vai investigar o caso, a pedido do diretor-geral Paulo Lacerda.
A suspeita da PF, até agora, é de
que inimigos políticos de Geddel
tenham incluído o nome dele no
pedido feito pela Secretaria da Segurança à Justiça.
Geddel procurou Lacerda na
terça-feira para relatar a existência do grampo. O deputado levou
ao policial documentos de sua
operadora de telefonia celular
confirmando a quebra de sigilo.
O deputado também entregou a
Lacerda um fax contendo ameaças do senador Antônio Carlos
Magalhães (PFL-BA), seu adversário político regional, a ele. Na
conversa com o delegado, Geddel
citou o nome de ACM.
Grampo
O grampo no telefone celular de
Geddel Vieira Lima foi feito com
autorização judicial, mas a PF investiga agora como e qual o motivo de um documento da Secretaria de Segurança Pública da Bahia
ter sido adulterado.
O pedido foi feito para apuração
pelas polícias estaduais da Bahia
de um determinado crime, que a
PF ainda não sabe qual é. Segundo as investigações preliminares,
não haveria relação de Geddel
com o crime. Ou seja, o deputado
não figurava entre os suspeitos da
secretaria baiana, a ponto de justificar uma medida judicial de interceptação telefônica.
A Folha apurou que, na PF, as
novas informações soaram como
reforço à tese de Geddel de espionagem política.
Geddel e ACM se desentenderam durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso. O peemedebista se aliou ao PT como uma
forma de oposição ao pefelista.
No início do governo FHC,
Geddel e ACM foram aliados. A
relação sempre foi tensa, mas era
amenizada pela interferência do
filho de ACM, Luís Eduardo Magalhães, morto em abril de 2001.
Outro lado
Anteontem, ACM afirmou que
não fez ameaça a Geddel no fax
que enviou a ele no ano passado.
"Apenas disse que nós dois, que
nos elegemos, nos encontraríamos depois da eleição".
À Folha, ACM afirmou que o
conteúdo do grampo deveria ser
investigado, mas que tinha dúvidas sobre a existência da quebra
de sigilo.
O grupo político de Geddel, segundo ACM, não seria um adversário porque o grupo carlista obteve uma votação mais expressiva
nas últimas eleições.
(IURI DANTAS)
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