São Paulo, quarta-feira, 08 de fevereiro de 2006

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ESCÂNDALO DO MENSALÃO/ O MARQUETEIRO

Pela medida, as informações seriam restritas ao presidente e ao relator da comissão

CPI quer limitar acesso aos dados de Duda no exterior

FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI dos Correios deve votar nesta semana uma resolução que limita o acesso aos dados sobre a movimentação financeira do publicitário Duda Mendonça no exterior. Pela medida, as informações seriam restritas ao presidente, senador Delcídio Amaral (PT-MS), e ao relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).
Além do relator e do presidente, apenas quatro técnicos da comissão teriam acesso aos documentos. Ainda como precaução, eles consultariam os papéis no Ministério da Justiça e no Ministério Público, não havendo cópias no Congresso Nacional. Como as informações são sigilosas, seria incluído no relatório final da CPI apenas o que for considerado essencial para as investigações.
Ontem, Serraglio se reuniu com o chefe do DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos) do Ministério da Justiça, Antenor Madruga, para discutir o texto do acordo entre a CPI e a Promotoria Distrital de Nova York.
Na semana passada, três integrantes da CPI foram aos Estados Unidos tentar a liberação dos dados na Promotoria Distrital de Nova York. A expectativa dos parlamentares é a de que até o início da próxima semana a CPI seja autorizada a compartilhar os dados que já estão no Brasil.
Tamanho esforço se justifica. Os parlamentares defendem nova convocação de Duda apenas depois da análise dos documentos. Esse novo depoimento poderia ser a portas fechadas para não haver risco de vazamento de informações durante a sessão.
Integrantes da comissão, no entanto, querem ampliar o acesso para mais dois parlamentares, um da base aliada e outro da oposição. "Sou contra porque acho que todos os parlamentares têm que ter acesso. Admito apenas se for fundamental para a liberação dos dados", disse o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).
"Não é uma medida simpática, mas se é a condição para superar essa situação, acho que vale a pena. Porém, isso dá categoria diferenciada para quem tem a mesma dignidade de mandato", diz o deputado Carlos Abicalil (PT-MT).


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