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outro lado
"Querem me achincalhar", afirma juíza
DA REPORTAGEM LOCAL
"Esse inquérito foi feito
exclusivamente para me
aborrecer, para achincalhar o meu nome, para
tentar comprometer a minha reputação", diz a juíza
Adriana Pileggi de Soveral.
Ela concedeu entrevista, gravada por assessores
da Justiça Federal em seu
gabinete no Fórum Criminal. Adriana diz que só pode ser investigada pelo
Tribunal Regional Federal
da 3ª Região. "O Ministério Público está agindo de
maneira leviana, instaurando esse inquérito", diz.
"A Receita Federal não
aceitou a minha escritura.
Calculou a diferença entre
o que paguei e o que supostamente valia quatro anos
depois, e entenderam que
isso era a omissão -e não
tem omissão nenhuma."
Ela diz que comprou o
imóvel onde mora "completamente destruído",
com infiltração e cupim.
"Tenho uma escritura
registrada, com todos os
valores pagos e de onde
veio o meu dinheiro." Ela
diz que a Receita não questionou os pagamentos em
espécie. Sobre o arrolamento do imóvel, diz que
"essa imposição da Receita é de legalidade absolutamente duvidosa".
Ela atribui a investigação a divergências com o
Ministério Público Federal desde quando proferiu
sentença favorável ao ex-prefeito Paulo Maluf, reconhecendo a prescrição.
"A partir daí, comprei inimizade com a procuradora
Ana Lúcia Amaral", diz.
"Ela fabricou inúmeras
denúncias e ações."
"Valendo-se do recebimento de uma denúncia,
ela [a procuradora] oficiou
à Receita e fez uma devassa na minha vida."
"Não sei lá como, ela [a
procuradora] arranjou um
laudo de que dois apartamentos valem não sei
quantos milhões de reais."
"O valor que eu paguei está
na escritura, tem fé pública. Essa história de que teria imóvel muito superior
ao valor que paguei não
passa de uma invenção."
"Eu comecei a trabalhar
com 19 anos. Tenho apenas um imóvel que foi fruto da minha vida inteira de
trabalho. Desde que eu
trabalhava no cível, há
mais de dez anos, comecei
comprando flats. Depois
vendi os flats, comprei um
apartamento na rua Tumiaru [que foi vendido]. E
depois comprei esse apartamento em que moro."
Adriana diz ainda que
não cabe ação civil em matéria tributária. "Se eu deixei de pagar alguma coisa
indevida, tem que ser objeto de uma cobrança na
Fazenda Pública", diz.
A procuradora Ana Lúcia Amaral diz que a primeira vez que viu a juíza
foi em seu interrogatório,
na ação penal então em
curso: "Há um ditado que
diz "contra fatos não há argumentos". Na ausência de
argumentos consistentes
em sua defesa, a juíza investe contra a pessoa do
procurador, o que é corriqueiro nas "defesas" de investigados, acusados ou
condenados que não têm
como se defender das imputações feitas pelo Ministério Público".
(FV)
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