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São Paulo, sábado, 08 de março de 2003

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PAINEL

Prazo de validade
Para evitar desgastar Lula com uma reforma ministerial precoce, José Dirceu (Casa Civil) quer esperar a queda "natural" de algum ministro para colocar o PMDB no governo. Por isso a insistência em ceder um cargo ao partido apenas no segundo semestre, proposta que peemedebistas não aceitam.

Substituição cirúrgica
Caso nenhum ministro seja derrubado por denúncias ou peça demissão até o segundo semestre, a saída do Planalto será tirar algum petista da Esplanada para acomodar o PMDB. Solução que criará traumas internos.
Blablablá
José Genoino (PT) irá procurar José Aníbal (PSDB) e Jorge Bornhausen (PFL) na segunda-feira em busca de apoio dos partidos de oposição às reformas. Resta saber quando é que o governo vai parar de bater cabeça e, de fato, definir o que vai constar em cada uma delas.

Fã-clube
Patrícia Pillar teve seu dia de fã ontem. Fez questão de participar de audiência de Ciro Gomes (Integração Nacional) com Marina Silva (Meio Ambiente), alfabetizada aos 14 anos e que foi seringueira e empregada doméstica: "Sua história de vida me fascina", disse a atriz.

Arma em punho
A diretoria da Andes (sindicato de professores das universidades federais) decidiu ontem entrar em greve imediatamente depois que o PL-9 for aprovado pelo Congresso. O projeto enquadra os novos servidores no teto de aposentadoria do INSS, atualmente em R$ 1.561.

Ao sabor do vento
Em razão da pressão dos servidores, muitos ligados ao PT, o Planalto já começa a mudar de discurso e diz que o PL-9 não deve mais ser votado no Congresso em março, como previa. Admite que pode ficar para ser analisado pelos parlamentares com a reforma da Previdência.

Outros tempos
Sarney, que arquivou pedido de investigação de ACM no caso dos grampos ilegais do governo da Bahia, fez em 2002 um discurso emocionado no Senado, em defesa da filha Roseana, onde dizia que agentes da Abin tinham se deslocado ao Maranhão para devassar suas vidas.

Responsabilidade histórica
Na tribuna, em razão do caso Lunus, Sarney dizia: "Falo pelo dever que tenho de defender as instituições, e a base delas são os direitos individuais. O direito de cada um de não ser espionado, escutado, seguido, (...) pelo aparato do Estado. (...) Esses métodos não podem prosperar. O presidente é responsável perante a Constituição e a história".

Na hora conveniente
O Ministério da Justiça enviará ao Congresso projeto prevendo punições a quem fizer ou se beneficiar de escutas ilegais. As penas podem chegar a cinco anos de prisão. Mas o governo vai esperar o final do caso ACM para tocar o projeto, a fim de não perder o apoio da bancada carlista.

Limbo cibernético
Arquivos dos computadores da Funai foram apagados pela antiga gestão. Centenas de documentos e mapas sobre índios e tribos desapareceram.

Parceria
O MST se une à Campanha por um Brasil Livre de Transgênicos, que congrega 50 ONGs, para criar durante seminário em Brasília, entre 18 e 20 de março, uma frente antiorganismos geneticamente modificados.

Visita à Folha
José Graziano da Silva, ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Oded Grajew, assessor especial da Presidência da República, e Spensy Kmitta Pimentel, assessor de imprensa regional.

TIROTEIO

De Saulo Ramos, ex-ministro da Justiça de Sarney, contestando Carlos Miguel Aidar (OAB-SP), que qualificou de "argumento político" a decisão do presidente do Senado de arquivar o processo contra ACM:
- A Constituição não pode ser atropelada, como bem sabe o doutor Miguel Aidar. Mas a legislação sobre a questão ética mereceria uma revisão.

CONTRAPONTO

Amigo da onça

Hélio Costa (PMDB-MG) convidou em 2002 para um jantar o petista Tilden Santiago, seu adversário na disputa ao Senado. Ele propunha um acordo pelo qual um participaria da campanha do outro. Segundo a sua teoria, a aliança ajudaria Lula no Estado, elegeria os dois e derrotaria Eduardo Azeredo (PSDB), então líder nas pesquisas.
Desconfiado, um assessor de Tilden discordou da proposta, alegando que o ex-governador Azeredo seria reeleito facilmente, restando uma vaga a ser disputada entre os dois comensais.
- Se este acordo for fechado, Tilden será o prato principal deste jantar, disse, à época.
Tilden, no entanto, fez o acordo e acabou derrotado. Azeredo e Costa ganharam as duas vagas. A Tilden, coube o desabafo do frustrado assessor:
- Não falei? Agora, o banquete vai durar oito anos, e nós é que ficamos com a indigestão!


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