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Adauto quer Cide para infra-estrutura
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O ministro dos Transportes,
Anderson Adauto, discorda do
veto feito pelo então presidente
Fernando Henrique Cardoso em
comum acordo com a equipe de
transição do então presidente
eleito, Luiz Inácio Lula da Silva,
no final do ano passado, desvinculando os recursos da Cide
(Contribuição de Intervenção no
Domínio Econômico), o imposto
dos combustíveis.
Adauto defende que os recursos
da Cide sejam aplicados exclusivamente em infra-estrutura, conforme previa o projeto original
aprovado pelo Congresso, mas o
governo Lula não quer a vinculação dos valores arrecadados.
O ministro disse que na próxima terça vai discutir com um grupo de congressistas essa questão,
mas tomou o cuidado de não
abrir uma fenda interna no governo por conta disso.
"É claro que, como membro do
governo, eu não posso concordar
com a tese de derrubada de veto
que o próprio governo fez. Ele foi
feito ouvida a equipe de transição,
que não tinha poder legal, mas tinha poder político e condições
políticas de definir."
Antagonismo
Mas Adauto deixou claro o antagonismo em torno do tema que
há entre ele e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho.
"Eu nunca vi um secretário municipal de Fazenda, um secretário
estadual de Fazenda ou um ministro da Fazenda ser favorável à
vinculação de recurso. Por natureza, eles são contra." E acrescentou: "Está provado na história do
Brasil que nos momentos em que
se fez alguma coisa em termos de
infra-estrutura no país, foram naqueles momentos em que haviam
recursos vinculados".
O ministro disse acreditar que
"quando o governo, no seu todo,
compreender o que significa a Cide, (...) e a partir do momento em
que o presidente tomar conhecimento da gravidade da situação
da infra-estrutura no país (...), eu
tenho certeza absoluta que o governo vai se sensibilizar.
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