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São Paulo, sábado, 08 de março de 2003

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Adauto quer Cide para infra-estrutura

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O ministro dos Transportes, Anderson Adauto, discorda do veto feito pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso em comum acordo com a equipe de transição do então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, no final do ano passado, desvinculando os recursos da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), o imposto dos combustíveis.
Adauto defende que os recursos da Cide sejam aplicados exclusivamente em infra-estrutura, conforme previa o projeto original aprovado pelo Congresso, mas o governo Lula não quer a vinculação dos valores arrecadados.
O ministro disse que na próxima terça vai discutir com um grupo de congressistas essa questão, mas tomou o cuidado de não abrir uma fenda interna no governo por conta disso.
"É claro que, como membro do governo, eu não posso concordar com a tese de derrubada de veto que o próprio governo fez. Ele foi feito ouvida a equipe de transição, que não tinha poder legal, mas tinha poder político e condições políticas de definir."

Antagonismo
Mas Adauto deixou claro o antagonismo em torno do tema que há entre ele e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho.
"Eu nunca vi um secretário municipal de Fazenda, um secretário estadual de Fazenda ou um ministro da Fazenda ser favorável à vinculação de recurso. Por natureza, eles são contra." E acrescentou: "Está provado na história do Brasil que nos momentos em que se fez alguma coisa em termos de infra-estrutura no país, foram naqueles momentos em que haviam recursos vinculados".
O ministro disse acreditar que "quando o governo, no seu todo, compreender o que significa a Cide, (...) e a partir do momento em que o presidente tomar conhecimento da gravidade da situação da infra-estrutura no país (...), eu tenho certeza absoluta que o governo vai se sensibilizar.


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