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PT engrossa protestos contra Bush
Representante da sigla deve discursar hoje em ato na Paulista; petistas não vêem constrangimento a Lula
Animosidade contra EUA levou PF a mobilizar maior esquema de segurança já visto no país, com 4.700 brasileiros e 400 americanos
DA REPORTAGEM LOCAL
Representantes de todas as
correntes do PT, das mais moderadas às de ultra-esquerda,
vão tomar parte nos protestos
contra o presidente George
Bush em São Paulo.
Naquele que deverá ser o
principal e maior ato, programado para ocorrer na avenida
Paulista, um representante do
partido discursará, com base
em um documento que estava
sendo redigido ontem, e fará
pesadas críticas a Bush.
A idéia do partido, cujo principal expoente é justamente o
anfitrião de Bush, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, é que
uma petista faça o papel de porta-voz, em razão de hoje ser o
Dia Internacional da Mulher.
Pelo menos três secretarias
do PT estão engajadas nos protestos: Relações Internacionais, Movimentos Sociais e
Mulheres, além de "braços" como a Juventude Petista.
Para o deputado estadual Renato Simões (SP), secretário de
Movimentos Sociais da sigla,
não há contradição entre Lula
receber Bush e o PT engrossar
as ações de protesto. "Isso faz
parte da autonomia partidária
em relação ao governo."
Além dos protestos de rua,
nos últimos dias o site do partido na internet se transformou
em uma espaço de ataques ao
presidente norte-americano.
Além do PT, entidades como
CUT (Central Única dos Trabalhadores) e UNE (União Nacional dos Estudantes) estarão por
trás dos protestos, nos quais esperam reunir 10 mil pessoas.
Segurança
A animosidade contra Bush é
um dos motivos que levou o
Brasil a montar um esquema de
segurança jamais visto na visita
de uma autoridade estrangeira.
O presidente americano será
protegido por cerca de 4.700
policiais e agentes brasileiros.
Para engrossar a equipe, pelo
menos 400 agentes do Serviço
Secreto dos EUA estarão no
país. O custo da operação não
foi divulgado pela polícia.
Segundo a PF, o tamanho da
equipe justifica-se pelo crescimento do antiamericanismo no
mundo, principalmente após
os ataques de 11 de Setembro.
Durante a viagem de Bush,
atuarão em conjunto: PF, Forças Armadas, Polícia Militar,
Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Agência Brasileira de
Inteligência, Guarda Civil Metropolitana, Corpo de Bombeiros, Receita Federal e Infraero.
Para coordenar a operação,
foi criado o Centro de Operação
de Segurança Integrada, dirigido pelo general João Carlos
Morgero, ex-integrante da missão de paz no Haiti.
(LILIAN CHRISTOFOLETTI, ROGÉRIO PAGNAN, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E EVANDRO SPINELLI)
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