São Paulo, quinta-feira, 08 de março de 2007

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PT engrossa protestos contra Bush

Representante da sigla deve discursar hoje em ato na Paulista; petistas não vêem constrangimento a Lula

Animosidade contra EUA levou PF a mobilizar maior esquema de segurança já visto no país, com 4.700 brasileiros e 400 americanos


DA REPORTAGEM LOCAL

Representantes de todas as correntes do PT, das mais moderadas às de ultra-esquerda, vão tomar parte nos protestos contra o presidente George Bush em São Paulo.
Naquele que deverá ser o principal e maior ato, programado para ocorrer na avenida Paulista, um representante do partido discursará, com base em um documento que estava sendo redigido ontem, e fará pesadas críticas a Bush.
A idéia do partido, cujo principal expoente é justamente o anfitrião de Bush, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é que uma petista faça o papel de porta-voz, em razão de hoje ser o Dia Internacional da Mulher.
Pelo menos três secretarias do PT estão engajadas nos protestos: Relações Internacionais, Movimentos Sociais e Mulheres, além de "braços" como a Juventude Petista.
Para o deputado estadual Renato Simões (SP), secretário de Movimentos Sociais da sigla, não há contradição entre Lula receber Bush e o PT engrossar as ações de protesto. "Isso faz parte da autonomia partidária em relação ao governo."
Além dos protestos de rua, nos últimos dias o site do partido na internet se transformou em uma espaço de ataques ao presidente norte-americano.
Além do PT, entidades como CUT (Central Única dos Trabalhadores) e UNE (União Nacional dos Estudantes) estarão por trás dos protestos, nos quais esperam reunir 10 mil pessoas.

Segurança
A animosidade contra Bush é um dos motivos que levou o Brasil a montar um esquema de segurança jamais visto na visita de uma autoridade estrangeira. O presidente americano será protegido por cerca de 4.700 policiais e agentes brasileiros.
Para engrossar a equipe, pelo menos 400 agentes do Serviço Secreto dos EUA estarão no país. O custo da operação não foi divulgado pela polícia.
Segundo a PF, o tamanho da equipe justifica-se pelo crescimento do antiamericanismo no mundo, principalmente após os ataques de 11 de Setembro.
Durante a viagem de Bush, atuarão em conjunto: PF, Forças Armadas, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Agência Brasileira de Inteligência, Guarda Civil Metropolitana, Corpo de Bombeiros, Receita Federal e Infraero.
Para coordenar a operação, foi criado o Centro de Operação de Segurança Integrada, dirigido pelo general João Carlos Morgero, ex-integrante da missão de paz no Haiti. (LILIAN CHRISTOFOLETTI, ROGÉRIO PAGNAN, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E EVANDRO SPINELLI)

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