São Paulo, domingo, 08 de março de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Serviço completo

Depois de reassumir o controle bancada do PMDB, remover desafetos do caminho e instalar Fernando Collor (PTB-AL) na presidência da Comissão de Infraestrutura do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) pretende expandir seu domínio à Comissão Mista de Orçamento. Indicará para comandá-la o aliado Almeida Lima (PMDB-SE). Apelidado de "Microfone", esgoelou-se em defesa de Renan ao longo do escândalo que o derrubou da presidência da Casa em 2007.
Sempre poderosa, a comissão terá especial importância neste ano, por definir as prioridades do governo num cenário de queda de arrecadação. Dali sairá o Orçamento do ano eleitoral de 2010, estratégico para as chances presidenciais de Dilma Rousseff.



O retorno. Assim o locutor apresentou Fernando Collor, ontem, na convenção do PTB em Brasília: "Com vocês, o presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, presidente do PTB de Alagoas, ex-presidente do Brasil e agora gerente do PAC!". O auditório veio abaixo.

Os Maias. A degola de Agaciel Maia da diretoria-geral do Senado ameaça respingar no irmão e deputado João Maia (PR-RN), que escondeu a posse do "castelo do Agaciel" e poderia ser cobrado pela Corregedoria da Câmara. Ocorre que ele é primo do senador José Agripino (DEM-RN) e parente distante do presidente do DEM, Rodrigo Maia.

Caso perdido. A cúpula do DEM acha que não conseguirá tomar o mandato de Edmar Moreira. O deputado do castelo levará argumento poderoso ao TSE: não teve direito a defesa antes de ser desfiliado.

Precedente. Observação de um interlocutor do governo com o empresariado: desde o mal-explicado socorro ao grupo Votorantim, em janeiro, muita gente graúda passou a entreter a ideia de dar uma palavrinha com Lula.

Graça dupla. Os setores do governo mais envolvidos com a candidatura presidencial de Dilma Rousseff rezam hoje para que: 1) a crise econômica não se aprofunde demais; 2) haja prévias no PSDB.

Lanterna. Heloísa Helena (PSOL) bateu Dilma com facilidade em enquete da revista "Fórum", nascida no Fórum Social Mundial, sobre quem deveria estar na capa da edição do Dia da Mulher. A ex-senadora obteve 32% contra 8% da mãe do PAC. Ambas perderam para Maria da Penha, que inspirou a lei contra violência doméstica (36%).

Sem fronteiras. O contrato de R$ 8 milhões assinado entre o Ministério das Cidades e a Dialog Comunicação, organizadora do questionado encontro de prefeitos em Brasília, permite que a empresa atue "em todo o território nacional", para todo tipo de evento, e também a serviço de "órgãos vinculados".

Vitrine. A pasta das Cidades apresenta amanhã, na sede do BNDES, pesquisa avaliadora do serviço de saneamento do país com participação do setor privado. O município modelo é Niterói, administrado pelo PDT com apoio do PT.

Preciosidade. O grupo do governo que trabalha na elaboração do pacote habitacional está preocupado com as construções no Norte do país. Não há ali fábricas de cimento suficientes para as metas pretendidas. Trazer de outras regiões ampliará custos.

Calma. O secretário-geral da CNBB, d. Dimas Lara, enviou carta a Lula pedindo que seja transformada em projeto de lei a MP 458, que trata da regularização fundiária na Amazônia. Esta é a posição de movimentos sociais, temerosos de que o processo privilegie grandes proprietários.

Calendário 1. Será em abril o julgamento, pelo Supremo, da acusação contra Antonio Palocci no caso da violação do sigilo do caseiro Francenildo. No PT, tal evento é tratado como pré-requisito para definir o candidato do partido ao governo paulista.

Calendário 2. Nesta semana, porém, o STF decidirá sobre matéria de outra natureza: se o governo do Paraná tem ou não o dever de fornecer Viagra na rede de saúde.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Se Lula gosta mesmo de reestatizar, tem uma ótima oportunidade: por causa de sua inação na crise, várias empresas estão a preço de banana."

Do deputado LUIZ PAULO VELLOZO LUCAS (PSDB-ES), sobre o "desafio" feito pelo presidente a governos estrangeiros, aos quais recomendou a estatização de bancos.

Contraponto

Cena de novela

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), conversava com jornalistas sobre a compensação a ser oferecida a Ideli Salvatti (PT-SC), que na quarta-feira perdeu para Fernando Collor (PTB-AL) a disputa pela presidência da Comissão de Infraestrutura.
-Então vocês vão forçar a Ideli a aceitar uma comissão qualquer, mesmo se ela não quiser?-, provocou uma repórter.
Jucá respondeu que não era bem assim:
-Minha filha, a gente não vai forçar ninguém a se casar. Isso aqui não é "Caminho das Índias"!


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