São Paulo, segunda-feira, 08 de março de 2010 |
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Ministra inaugura obra que não teve verba federal
SERGIO TORRES DA SUCURSAL DO RIO Em ambiente similar ao de um comício, a ministra Dilma Rousseff participou ontem da inauguração de um hospital na Baixada Fluminense em que o governo federal não contribuiu com nenhum centavo. Diante de cerca de 1.500 pessoas, em discurso improvisado, ela conclamou a população a não "deixar que as coisas deem um passo e voltem para trás". "Está nas nossas mãos o futuro de nosso país", disse a ministra, candidata do PT à sucessão do presidente Lula. No discurso, que durou 20 minutos e fechou a solenidade, Dilma disse que o Brasil "mudou e essa mudança veio para ficar". Ela foi aclamada com faixas e até com o refrão tradicional das campanhas de Lula, que teve o nome substituído pelo de sua candidata: "Olê, olê, olê, olá, Dilma, Dilma". O Hospital da Mulher Heloneida Studart foi inaugurado no município de São João de Meriti. Custou R$ 40 milhões, gastos integralmente pelo governo estadual. Mas quem hoje procurar atendimento não será recebido. A unidade só estará funcionando plenamente a partir do próximo dia 22. Dilma, o governador Sérgio Cabral (PMDB) e o secretário de Saúde do Estado, Sérgio Côrtes, não comentaram com o público sobre o protelamento da abertura do hospital. A justificativa oficial da secretaria é que, antes de abrir, o hospital precisará passar por desinfecção e treinamento de pessoal. "Grande mulher" No discurso, Cabral enalteceu a ministra, qualificada por ele como "essa grande mulher brasileira", uma "mulher incrível que está comandando um processo de transformações no país que nunca se viu antes". A maioria da plateia foi trazida ao hospital por políticos, que ofertaram condução, sanduíches e refrescos. Entre eles, o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, e a secretária estadual de Assistência Social, Benedita da Silva. Os dois disputam a vaga de candidato do PT ao Senado. Embora não haja dinheiro federal na obra, outros cinco ministros estiveram em São João de Meriti ao lado de Dilma: José Gomes Temporão (Saúde), Nilcéa Freire (Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Carlos Lupi (Trabalho) e Márcio Fortes (Cidades). As obras do hospital começaram em 2002, na gestão do então governador Anthony Garotinho. Pararam em 2004, na administração da mulher de Garotinho, Rosinha Matheus. Antes aliados, o casal Garotinho é hoje adversário de Cabral. Por isso, não foram convidados. Texto Anterior: Licitação de R$ 5 mi foi alvo do TCU Próximo Texto: "Buracos negros" na pesquisa guiam ação dos presidenciáveis Índice |
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