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Painel
Jogo pesado
Cartazes com a foto de Itamar
e Collor juntos em 89 serão distribuídos hoje na convenção do
PMDB. Neles, está impresso
"Contra o PMDB, Contra Ulysses". Naquele ano, Collor, com
Itamar de vice, venceu Ulysses,
candidato do PMDB ao Planalto.
Pedras no sapato
Itamar e Sarney combinaram
de entrar juntos na convenção
do PMDB. Para dar a entender a
FHC que jogam juntos, apesar
de isso não ser bem verdade.
Tentativa de massacre
A ala governista do PMDB
quer ter uma vitória por placar
expressivo na convenção para
deixar claro a FHC que os oposicionistas não poderão virar o jogo na convenção de junho, a que
tem valor jurídico-eleitoral.
Cenários peemedebistas
Para os governistas, vitória expressiva é ter mais de 80 votos de
dianteira em relação aos oposicionistas. Se for apertada, por 20
votos, por exemplo, os rebeldes
podem ameaçar que tentarão reverter o resultado em junho.
Hay gobierno, soy a favor
Alguns governadores do
PMDB já começaram a negociar
seu apoio a FHC na hipótese improvável de a tese da candidatura própria ao Planalto sair vitoriosa na convenção do partido.
Todos seguirão a mesma trilha.
Para se valorizar
Confirmada a vitória governista na convenção do PMDB, a
idéia do grupo é recompor com
alguns rebeldes. Querem vender
para FHC que não têm um partido rachado ao meio, mas uma
dissidência menor que um terço.
Ética interessante
O senador Cunha Lima, governista momentaneamente contra
FHC, diz que não há problema
nesse fato: "Joguei a sela em um
cavalo". Indagado sobre a hipótese provável de Itamar perder,
diz: "Depois, a gente monta no
primeiro cavalo que passar".
Vale tudo
Os peemedebistas não se entendem nem sobre o horário da
votação. Paes de Andrade quer
fazer no final da tarde, depois do
discurso de Itamar, para tentar
ganhar o plenário. Os governistas, o que diz a lei: das 9h às 17h.
Esperando Godot
FHC ficará hoje no Alvorada,
recebendo relatos dos ministros
Iris (Justiça) e Padilha (Transportes) sobre a convenção do
PMDB. Só fala se ganhar a parada, em discurso de agradecimento aos líderes vitoriosos que
devem ir beijar a sua mão.
Não me diga!
FHC disse a mais de um interlocutor que a equipe econômica
não tem sensibilidade social.
Outros membros do governo
possuem a mesma opinião.
Ditado federal
ACM ligou para FHC dizendo
que ele devia assumir a solução
para o problema dos moradores
do edifício Palace 2, o prédio do
deputado Sérgio Naya (ex-PPB)
que desabou no Rio. Foi exatamente o que o presidente fez.
Companheiras de mesa
Temer mandou dedetizar as
dependências da Câmara. Como
ACM não fez o mesmo no Senado, as baratas correram para lá.
Só no restaurante dos senadores, dois almoços nesta semana
receberam visitas indesejadas.
Aposta potiguar
Do PMDB governista, Henrique Eduardo Alves diz que seu
grupo deve vencer a convenção
com o placar de 430 a 460 votos.
Delírio brizolista
A indefinição petista sobre a
aliança no Rio está levando Brizola à beira de um ataque de nervos. O caudilho não poupa críticas ao desempenho de Lula candidato e até insinua a inversão
da chapa presidencial PT-PDT.
Pede o que não existe
Amin (PPB) diz que é 'àbsurdo" o governador Paulo Afonso
(PMDB) pedir ao BNDES empréstimo por antecipação de receita que virá com a privatização. 'À Assembléia não lhe deu
autorização para se desfazer do
controle acionário das estatais".
TIROTEIO
Do senador Vilson Kleinubing
(PFL-SC), sobre a indignação de
políticos e da sociedade civil
com as ações do vilão do momento, o deputado Sérgio Naya
(ex-PPB):
- Fico indignado que não se
aproveite estes momentos para
aprender com a história e com
os fatos. Onde estão os criminosos do Bateau Mouche e do
shopping que caiu em Osasco?
Onde estão os que mataram com
fogo o índio pataxó?
CONTRAPONTO
O cordão cada vez aumenta mais
O governador de São Paulo,
Mário Covas (PSDB), conversava recentemente com um de
seus secretários apresentando
um raro bom humor. Covas
contava que não gostava de receber empresários porque eles
sempre iam chorar ou reclamar
de alguma coisa.
E disse ao subordinado que
bom mesmo é receber políticos,
pois eles sempre procuram falar
algo que agrade os interlocutores. O governador contou que
recebeu certa vez um prefeito,
que foi logo dizendo:
- Governador, é uma honra
estar aqui com o senhor. O senhor sabe que tem duas pessoas
de quem eu mais gosto no mundo. Uma delas é o senhor.
Curioso, Covas perguntou então quem era a segunda pessoa,
achando que ouviria o prefeito
mencionar alguém da família.
Mas acabou ouvindo uma resposta totalmente inesperada.
- É a pessoa que o senhor indicar, governador - declarou o
prefeito.
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