São Paulo, domingo, 8 de março de 1998

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Painel


Jogo pesado
Cartazes com a foto de Itamar e Collor juntos em 89 serão distribuídos hoje na convenção do PMDB. Neles, está impresso "Contra o PMDB, Contra Ulysses". Naquele ano, Collor, com Itamar de vice, venceu Ulysses, candidato do PMDB ao Planalto.

Pedras no sapato
Itamar e Sarney combinaram de entrar juntos na convenção do PMDB. Para dar a entender a FHC que jogam juntos, apesar de isso não ser bem verdade.

Tentativa de massacre
A ala governista do PMDB quer ter uma vitória por placar expressivo na convenção para deixar claro a FHC que os oposicionistas não poderão virar o jogo na convenção de junho, a que tem valor jurídico-eleitoral.

Cenários peemedebistas
Para os governistas, vitória expressiva é ter mais de 80 votos de dianteira em relação aos oposicionistas. Se for apertada, por 20 votos, por exemplo, os rebeldes podem ameaçar que tentarão reverter o resultado em junho.

Hay gobierno, soy a favor
Alguns governadores do PMDB já começaram a negociar seu apoio a FHC na hipótese improvável de a tese da candidatura própria ao Planalto sair vitoriosa na convenção do partido. Todos seguirão a mesma trilha.

Para se valorizar
Confirmada a vitória governista na convenção do PMDB, a idéia do grupo é recompor com alguns rebeldes. Querem vender para FHC que não têm um partido rachado ao meio, mas uma dissidência menor que um terço.

Ética interessante
O senador Cunha Lima, governista momentaneamente contra FHC, diz que não há problema nesse fato: "Joguei a sela em um cavalo". Indagado sobre a hipótese provável de Itamar perder, diz: "Depois, a gente monta no primeiro cavalo que passar".

Vale tudo
Os peemedebistas não se entendem nem sobre o horário da votação. Paes de Andrade quer fazer no final da tarde, depois do discurso de Itamar, para tentar ganhar o plenário. Os governistas, o que diz a lei: das 9h às 17h.

Esperando Godot
FHC ficará hoje no Alvorada, recebendo relatos dos ministros Iris (Justiça) e Padilha (Transportes) sobre a convenção do PMDB. Só fala se ganhar a parada, em discurso de agradecimento aos líderes vitoriosos que devem ir beijar a sua mão.

Não me diga!
FHC disse a mais de um interlocutor que a equipe econômica não tem sensibilidade social. Outros membros do governo possuem a mesma opinião.

Ditado federal
ACM ligou para FHC dizendo que ele devia assumir a solução para o problema dos moradores do edifício Palace 2, o prédio do deputado Sérgio Naya (ex-PPB) que desabou no Rio. Foi exatamente o que o presidente fez.

Companheiras de mesa
Temer mandou dedetizar as dependências da Câmara. Como ACM não fez o mesmo no Senado, as baratas correram para lá. Só no restaurante dos senadores, dois almoços nesta semana receberam visitas indesejadas.

Aposta potiguar
Do PMDB governista, Henrique Eduardo Alves diz que seu grupo deve vencer a convenção com o placar de 430 a 460 votos.

Delírio brizolista
A indefinição petista sobre a aliança no Rio está levando Brizola à beira de um ataque de nervos. O caudilho não poupa críticas ao desempenho de Lula candidato e até insinua a inversão da chapa presidencial PT-PDT.

Pede o que não existe
Amin (PPB) diz que é 'àbsurdo" o governador Paulo Afonso (PMDB) pedir ao BNDES empréstimo por antecipação de receita que virá com a privatização. 'À Assembléia não lhe deu autorização para se desfazer do controle acionário das estatais".

TIROTEIO


Do senador Vilson Kleinubing (PFL-SC), sobre a indignação de políticos e da sociedade civil com as ações do vilão do momento, o deputado Sérgio Naya (ex-PPB):
- Fico indignado que não se aproveite estes momentos para aprender com a história e com os fatos. Onde estão os criminosos do Bateau Mouche e do shopping que caiu em Osasco? Onde estão os que mataram com fogo o índio pataxó?

CONTRAPONTO

O cordão cada vez aumenta mais O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), conversava recentemente com um de seus secretários apresentando um raro bom humor. Covas contava que não gostava de receber empresários porque eles sempre iam chorar ou reclamar de alguma coisa.
E disse ao subordinado que bom mesmo é receber políticos, pois eles sempre procuram falar algo que agrade os interlocutores. O governador contou que recebeu certa vez um prefeito, que foi logo dizendo:
- Governador, é uma honra estar aqui com o senhor. O senhor sabe que tem duas pessoas de quem eu mais gosto no mundo. Uma delas é o senhor.
Curioso, Covas perguntou então quem era a segunda pessoa, achando que ouviria o prefeito mencionar alguém da família. Mas acabou ouvindo uma resposta totalmente inesperada.
- É a pessoa que o senhor indicar, governador - declarou o prefeito.


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