São Paulo, domingo, 8 de março de 1998

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JUSTIÇA
Valor equivale a quase 10% do PIB
Indenização chega a R$ 81 bilhões no PA

ANDRÉA DE LIMA
MARCELO TEIXEIRA
da Agência Folha

A juíza Yvette Lúcia Pinheiro, do Fórum de Belém (PA), concedeu indenização de R$ 81,3 bilhões aos proprietários da madeireira Sabim, empresa que teve falência decretada em 1970.
A sentença foi expedida no dia 12 de fevereiro, segundo publicação do "Diário da Justiça do Pará". Esse valor equivale a cerca de10% do PIB (Produto Interno Bruto), estimado em R$ 862 bilhões.
Fundada em 1964, a Sabim apresentou à Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia) um projeto de exploração de madeira no sul do Pará e conseguiu com o Basa (Banco da Amazônia S/A) um crédito de 852 mil cruzeiros (moeda corrente à época), o que hoje equivaleria a cerca de R$ 57 milhões.
A seguir, a Sudam constatou irregularidades na aplicação dos recursos pela madeireira e suspendeu o repasse de verbas, via Basa, o que, segundo a Sabim, teria provocado seu pedido de concordata em 1964 e, quatro anos depois, sua falência.
Gestão desastrosa
Em 1970, o Banco da Amazônia foi nomeado síndico da massa falida da madeireira Sabim. Depois de uma gestão desastrosa, o Basa não conseguiu pagar seus credores, nem aprovar as contas da madeireira. Foram quase 30 anos de briga judicial.
De acordo com a Justiça paraense, os responsáveis pelo montante da indenização são os próprios advogados do banco, que não teriam contestado um laudo da empresa falida.
Os advogados do Basa criticaram a indenização e afirmaram que a juíza concedeu além do requerido em juízo pela Sabim.



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