São Paulo, domingo, 8 de março de 1998

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RELIGIÃO
Concessão foi obtida em fevereiro e saiu por R$ 470 mil
Universal entra no mercado de TV paga com tema evangélico

CLÁUDIA TREVISAN
da Reportagem Local

Uma TV paga dirigida à família, com toques evangélicos em sua programação, é a mais recente iniciativa da Igreja Universal do Reino de Deus para tentar ampliar seus domínios no país.
A Rede Record, emissora ligada à igreja, consegui no dia 4 de fevereiro a concessão de uma DTH (Direct-to-Home), a TV paga cuja programação é transmitida via satélite e captada por pequenas antenas parabólicas.
O contrato de concessão, de 15 anos, deve ser assinado na próxima quarta-feira por representantes do governo e da Record. A rede pagará R$ 470 mil pelo direito de exploração da DTH.
A Igreja Universal pretende colocar a nova TV no ar até o final deste ano. A concessão tem 102 canais, mas só 25 serão explorados num primeiro momento.
Pelo menos quatro canais terão programação exclusivamente evangélica. Os restantes serão ocupados por filmes, noticiário, esportes, desenhos animados e programas educativos.
"Estamos fazendo um pacote de canais que atenda aos objetivos da família", diz Demerval Gonçalves, diretor-superintendente da Record, que, por enquanto, está tocando o projeto.
Para ele, esse tipo de programação deve ter os seguintes ingredientes: religião, orientação moral, educação e entretenimento.
Público
O público-alvo é principalmente o evangélico. "Acreditamos que há cerca de 35 milhões de evangélicos no Brasil. Não considero difícil conseguir 10% desse público", avalia Gonçalves.
O marketing será centrado na programação familiar. "O assinante vai saber que não verá um filme pornográfico. Esse será o nosso diferencial", afirma o bispo Carlos Rodrigues, coordenador político da Universal.
O nome mais provável também segue essa linha: "TV Família".
A Record está agora fazendo pesquisas junto aos evangélicos para saber qual é a receptividade ao projeto e, mais importante, quanto as pessoas estão dispostas a pagar pela assinatura de uma TV como essa.
Dos 4 canais que devem ter caráter evangélico, um seria exclusivo da Igreja Universal, 1 teria só música gospel e 2 seriam destinados a outras igrejas evangélicas.
A viabilidade econômica é fundamental para o sobrevivência do projeto. "Só com satélite nós vamos gastar cerca de R$ 1 milhão por mês", afirma Gonçalves.
Os Estados onde a TV deve atuar são Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.
Segundo Gonçalves, a Record não tem ainda uma estimativa exata de quanto será necessário investir na nova empresa. Também não há valores estimados para as mensalidades.
O bispo Rodrigues não descarta a associação da Record com outras empresas para implantar a DTH. Mas ressalta que a emissora tem condições de desenvolver o projeto sozinha.



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