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ANÁLISE
Retórica à parte, Lula e FHC têm visões parecidas sobre tema
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo Lula faz a apologia
da reforma tributária, que considera fundamental para fortalecer
o setor produtivo, estimular as exportações, promover justiça social e preparar o país para o crescimento com distribuição de renda. Já o governo FHC passou para a história como o coveiro da reforma, pela qual nunca chegou a
se empenhar. O ex-secretário da
Receita Everardo Maciel desdenhava do conceito: "O que é reforma tributária? É um discurso".
O surpreendente é que, retórica
à parte, as visões dos dois governos sobre o tema são menos diferentes do que parecem -e a
constatação tem bases maiores
que a coincidência de projetos para unificar o ICMS.
Principal formulador da reforma tributária de Lula, o ministro
Antonio Palocci Filho (Fazenda)
já sinalizou que não acredita na
viabilidade técnica e política de
promover uma radical e definitiva
transformação do sistema de impostos do país, ainda mais diante
da impossibilidade de abrir mão
da arrecadação.
Seus assessores citam inúmeros
exemplos de projetos revolucionários que nunca saíram do papel, ao responderem a críticas de
políticos e empresários que consideram o projeto do governo tímido e vago.
"Processo"
"Reforma tributária é um processo", definiu há algumas semanas o líder do governo no Senado,
Aloizio Mercadante (PT-SP), repetindo um dos termos preferidos da era tucana.
Não por acaso, Lula optou por
fazer sua reforma em etapas -e
provavelmente não serão apenas
duas. Primeiro, poucas e genéricas alterações constitucionais; depois, vários projetos de lei a serem
tratados conforme as conveniências e as possibilidades.
É exatamente o que Everardo
diz ter feito durante sua gestão,
mencionando mudanças no
ICMS, no Imposto de Renda e na
tributação para micro e pequenas
empresas, além de projeto para tirar a cumulatividade da Cofins.(GUSTAVO PATÚ)
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