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Aracruz volta a ter área invadida por sem-terra na Bahia
Fazenda em Teixeira de Freitas é invadida por cerca de 700 famílias do MST, o maior ato do "Abril Vermelho" no Estado
Empresa, que fará hoje um pronunciamento, mandou uma equipe para monitorar a situação; Estado diz que dá prioridade à questão agrária
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
Cerca de 700 famílias ligadas
ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)
invadiram uma fazenda da Aracruz Celulose em Teixeira de
Freitas (836 km de Salvador),
extremo sul da Bahia. A área,
segundo as lideranças invasoras, tem aproximadamente
2.000 hectares e é improdutiva.
Iniciada no sábado, esta foi
foi a 15ª invasão promovida pelo MST no Estado desde o início do ano, de acordo com o líder sem-terra Evanildo Oronildo Costa, coordenador das
ações na fazenda da Aracruz.
Foi a maior invasão promovida no Estado desde o início do
chamado "Abril Vermelho"
-período em que os sem-terra
intensificam os protestos para
lembrar a morte de 19 pessoas
em confronto com a Polícia Militar do Pará, em 1996, em Eldorado do Carajás. Outras ações já
haviam sido realizadas, como
uma invasão em Prado (870 km
de Salvador), na sexta-feira,
que contou com 150 famílias.
A Aracruz informou ontem
que uma equipe foi até o local
para acompanhar a situação e
que um pronunciamento deverá ser feito somente hoje.
Não é a primeira vez que a
empresa é alvo de invasão. Em
março de 2006, 2.000 militantes da Via Campesina e do MST
invadiram o horto florestal da
Aracruz Celulose, em Barra do
Ribeiro (RS), e destruíram 1 milhão de mudas de eucalipto.
Costa, do MST, disse que os
manifestantes não têm intenção de sair da fazenda e disse
esperar a criação de um assentamento na área. Segundo Costa, nenhum assentamento é
criado no Estado desde 2007.
O secretário da Agricultura,
Irrigação e Reforma Agrária da
Bahia, Geraldo Simões, reconheceu dificuldades para assentar famílias em razão da valorização do hectare no local, mas disse que a questão agrária
é "prioridade" do governo.
"Temos um acordo entre o
governo do Estado e os sem-terra para investir R$ 100 milhões em recursos do governo
federal e da Bahia na construção de casas, estradas, dar assistência técnica, sementes e
contratação de pessoal." Segundo ele, o Estado dobrou o
número de profissionais para
vistoriar as áreas improdutivas.
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