São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2008

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Só 20% das terras em área de desmate se recadastram

RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Nos 19 municípios citados como os mais devastadores da Amazônia em Mato Grosso, apenas 20% das propriedades rurais com mais de 240 hectares atenderam à exigência de recadastramento pelo Incra. O processo, iniciado em 3 de março e já encerrado, envolveu 114 funcionários do instituto.
Segundo Celso de Arruda, chefe de divisão de Ordenamento da Estrutura Fundiária do Incra-MT, pouco mais de 1.500 registros foram concluídos. O cadastro do órgão contabiliza 7.500 propriedades com área igual ou superior a quatro módulos fiscais -cada módulo pode ter de 60 a 80 hectares.
Até amanhã, segundo o Incra, os fazendeiros que não recadastraram suas terras terão suspensos os CCIRs (Certificados de Cadastro de Imóveis Rurais) e ficarão impedidos de vender, escriturar, transferir ou promover qualquer tipo de alteração nas propriedades.
Segundo Arruda, o baixo número de cadastros se deveu, em parte, a um "boicote" por parte de grupos de produtores rurais.
A explicação é contestada pela advogada Elizete Araújo Ramos, assessora jurídica da Famato (Federação da Agricultura de Mato Grosso). "Foi pedida uma dilação do prazo, mas o Incra não ouviu. O cadastro exigia informações técnicas difíceis de obter." A entidade ingressou com um mandado de segurança na Justiça Federal contra o decreto que estabeleceu a exigência do recadastramento.


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