São Paulo, quarta-feira, 08 de abril de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

A ponte do castelo

Documentos apreendidos na Operação Castelo de Areia indicam que as investigações da Polícia Federal, além de baterem no Rodoanel, chegaram à ponte sobre o Rio Paraná, que ligará São Paulo a Mato Grosso do Sul, empreitada da Camargo Corrêa com recursos do PAC e inauguração prevista para maio.
Os papéis em poder da PF estavam em uma pasta preta com a inscrição "Labor Engenharia". Trata-se da empresa do ramo de construção pesada que dá suporte à Camargo. Os recursos saíram do caixa do Dnit, com emendas da bancada paulista, articuladas pelos deputados Edson Aparecido (PSDB) e João Paulo Cunha (PT). Aparecido declarou ter recebido R$ 100 mil em doações da Camargo em 2006.




Laços. Antonio Carlos Portugal, consultor da Camargo Corrêa em Brasília, é casado com Eni Teixeira Catramby, assessora da Casa Civil.

Na berlinda 1. Alvo de investigações da PF, a Análise Consultoria e Desenvolvimento, que tem como sócia a mulher de Victor Martins, diretor da Agência Nacional do Petróleo e irmão do ministro Franklin Martins (Comunicação Social), enfrenta processo administrativo na Prefeitura de Vitória.

Na berlinda 2. A Análise é questionada por não ter apresentado documentação exigida para contrato com a capital do Espírito Santo. A empresa foi intimada em março. A punição máxima é a cassação de alvará.

Fora dessa. A bancada do DEM no Senado não demonstra a menor empolgação com a CPI da Petrobras, defendida como prioridade pelo presidente da sigla, Rodrigo Maia.

Vida dura. Mais uma de Obama e Lula em Londres. Segundo o presidente brasileiro relatou a assessores, os dois deram uma escapada para fumar, longe das câmeras, num intervalo da reunião do G20. Lula contou ao americano que fuma pouco. Obama disse que ele também. E jamais na frente de Michelle.

Check-up. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, passou por exames de rotina sexta passada no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Aqui não. Não é só Lula que resiste a toda e qualquer mudança que comprometa a remuneração das cadernetas de poupança. Também o vice José Alencar se opõe fortemente à ideia, defendida por integrantes da equipe econômica à luz da queda dos juros.

Albergue. De volta a Brasília em plena crise dos municípios, Severino Cavalcanti (PP), hoje prefeito de João Alfredo (PE), reclamava ontem da falta de verba para se hospedar. "Com o dinheiro que temos, serei obrigado a ficar num hotel de quinta."

Carnê 1. O anúncio de reforma nos apartamentos funcionais para oferecer teto aos 513 deputados e supostamente acabar com o auxílio-moradia foi lançado após alerta de quem já ocupou a quarta-secretaria da Câmara, que cuida do assunto. Veteranos temem que a pressão pública pela divulgação dos gastos chegue às notas fiscais de hospedagem.

Carnê 2. Elas poderiam confirmar antiga suspeita de que deputados usam o auxílio em prestações mensais para adquirir os flats que ocupam, o que caracterizaria aquisição de patrimônio com dinheiro público. Hoje, 60% dos deputados recebem a verba.

É guerra. Na sucessão de ataques no Senado, tucanos analisam com lupa gastos de desafetos com saúde. Já encontraram despesas no mínimo heterodoxas, que os partidários de Tasso Jereissati (CE) prometem divulgar.

Agora vai? Após 19 dias, o Senado recebeu proposta da FGV para a auditoria. A instituição fixou o valor de R$ 250 mil e prazo de dois meses para apresentar seu plano.

Tiroteio

"O presidente Lula está governando só para ele. Faz caridade com o chapéu alheio e um programa habitacional que não beneficia os municípios pequenos."

De JORGE ELIAS (PT), prefeito de Tabuleiro, Minas Gerais, queixando-se da situação financeira diante da queda nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios.

Contraponto

Iluminação divina

O prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, participava da inauguração de um templo evangélico em Nilópolis, também na Baixada Fluminense, quando encontrou o deputado federal Simão Sessim, pai do prefeito da cidade.
O parlamentar do PP aproveitou para tentar demover o petista da ideia de disputar o governo do Rio.
-Faça um acordo e saia para o Senado!
-Não!- retrucou Lindberg, peremptório.
Nesse exato instante, o pastor começou a pregar:
-E Deus disse: não recue um milímetro! É a sua hora!
Diante do cutucão de Lindberg, Sessim jogou a toalha:
-Vou dizer ao Sérgio Cabral que não haverá acordo...

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO


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