São Paulo, quarta, 8 de abril de 1998

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QUESTÃO AGRÁRIA
Para Stedile, críticos à participação dos sem-terra estão acostumados a "tratar pobre igual a gado"
Líder defende atuação política do MST

da Sucursal de Brasília


O coordenador nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile afirmou que os críticos à participação dos sem-terra em campanha eleitoral estão acostumados a "tratar pobre igual a gado em curral eleitoral".
Segundo ele, essa é a explicação para o grande número de votos dados no Nordeste ao PFL, partido do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (BA).
"O povo não está politizado. Quem sabe, o dia em que o povo se politizar, discutir política, a metade desses picaretas que estão aqui no Senado cairá fora", afirmou.
ACM disse, por intermédio de sua assessoria, que "quem conhece bem de picaretas é o Stedile, que teoricamente é um agricultor e é homem ligado ao campo".
O MST apóia o pré-candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva. "O movimento dos sem-terra não é feito de anjos. É feito de cidadãos brasileiros que, acima de 16 anos, têm carteira de identidade e título de eleitor", disse Stedile.
O líder dos sem-terra fez as declarações na Câmara dos Deputados, antes de participar de reunião com a bancada do PT para discutir a tensão no campo.
Stedile criticou pesquisa encomendada pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) sobre o apoio da população às invasões. Segundo ele, as perguntas feitas permitiam a manipulação das respostas.
"A pergunta era: você é contra ou a favor de invasões em propriedades privadas produtivas? Cinquenta e nove por cento responderam que eram contra. O MST também é contra", afirmou.



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