São Paulo, quarta-feira, 08 de maio de 2002

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PAINEL

Caravelas queimadas
A cúpula do PFL queimou ontem propositalmente a última ponte com José Serra -ao ironizá-lo em nota oficial e pedir a sua substituição. Por dois motivos: acha que o tucano não vencerá a eleição e, mais importante, tem certeza de que, no Planalto, faria de tudo para destruí-la.

Instinto de sobrevivência
Na avaliação de Bornhausen & Cia., eleito, Serra usaria o poder da máquina governamental para absorver a base parlamentar pefelista e esvaziar totalmente o poder da cúpula do partido. O momento, acreditam, é de guerra (o termo usado é esse mesmo) pela sobrevivência.

Mundo da lua
No sábado, quando a revista "Veja" com o caso Ricardo Sérgio já estava nas bancas, o tucano Pimenta da Veiga telefonou para José Aníbal, presidente do PSDB. Pergunta do coordenador da campanha de José Serra: "Zé, está tudo bem?".

Orelhas quentes
Serra reclamou a dois aliados do encontro de FHC com dirigentes do PFL, anteontem à noite. Para o presidenciável tucano, reuniões com pefelistas apenas alimentam boatos sobre a retirada de sua candidatura.

Campo minado
A nota oficial do PSDB reafirmando a candidatura de Serra à Presidência acalmou um pouco o presidenciável. Mas ele ainda reclama de muitos tucanos. Acha que tem gente jogando contra ele na sigla.

Esperar para ver
Presidente do Senado, Ramez Tebet aderiu ao coro dos que defendem no PMDB que o partido adie a escolha do vice de Serra.

Ex-futuro-vice
Cotado para ser vice de Serra, Luiz Henrique (PMDB) foi abandonado pelo PSDB de SC, que negocia o apoio à candidatura de Esperidião Amin (PPB), seu rival na disputa estadual.

Prisão relaxada
A Justiça autorizou três condenados pelo assassinato do índio pataxó Galdino dos Santos a deixar a prisão das 7h às 19h para trabalhar. Os três só precisarão dormir no presídio da Papuda, em Brasília, onde cumprem pena de 14 anos por homicídio triplamente qualificado.

Benefício legal
O benefício foi concedido em 26 de abril aos condenados Antônio Novély Vilanova, Eron Chaves de Oliveira e Tomás Oliveira de Almeida por três juízes substitutos da Vara de Execução Criminal do DF. Segundo os juízes, os três já cumpriram um sexto da pena e foram aprovados em exame criminológico.

Gafe palaciana
Na cerimônia de ontem da entrega da Ordem da Comunicação, no Palácio do Planalto, Gilmar Mendes (Advocacia Geral da União) foi anunciado como "ministro do Supremo Tribunal Federal". O advogado sequer foi sabatinado pelo Senado.

Piada brasiliense
O Corinthians -que enfrenta o Brasiliense hoje pela final da Copa do Brasil de futebol- está preocupado, comenta-se ironicamente em Brasília. O time de Luiz Estevão tem relacionamento estreito com juízes.

Calendário atrasado
No programa de TV do PSDB exibido anteontem, o presidenciável José Serra disse ter 59 anos. Detalhe: o tucano completou 60 anos no mês de março.

Apagar incêndios
José Carlos Martinez e Leonel Brizola decidiram intervir, respectivamente, no PTB-RS e no PDT-MG. Explicação: os petebistas gaúchos querem apoiar Antônio Britto. Os pedetistas mineiros trabalham em favor de uma aliança com Itamar Franco.

Ligação anônima
Paulo Maluf (PPB) telefonou na semana passada para Ciro Gomes (PPS). Elogiou as propostas do presidenciável para a segurança pública.

TIROTEIO

Do senador Antero Paes (PSDB-MT), ironizando o pedido do PFL, oficializado em nota ontem, de retirada da candidatura de José Serra (PSDB):
- O senador José Serra está filiado ao PFL? Ninguém me avisou sobre isso.

CONTRAPONTO

Reconhecimento do público

A cidade de Barretos (SP) comemorou o Dia do Trabalho com uma festa para cerca de 10 mil pessoas. Foi programado o sorteio de uma moto e um show sertanejo. Um grupo de políticos -entre os quais o ex-secretário de Trabalho de SP, Walter Barelli, e o presidente da União dos Vereadores de SP, Sebastião Misiara- aproveitou o evento para fazer política.
Foram quase 30 minutos de discursos. A platéia, que aguardava ansiosa pelo sorteio e pelo show, já demonstrava sinais de impaciência. O último a falar foi Campos Machado (PTB).
Percebendo o ambiente hostil, o deputado estadual anunciou ao microfone que faria um discurso de cinco minutos. Com a condição de que a platéia concordasse. Foi ovacionado. Mais tarde, Campos ironizou:
- Nunca fui tão aplaudido na vida. Ainda mais por um discurso que eu não fiz...



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