São Paulo, quarta-feira, 08 de maio de 2002

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FHC defende privatização das teles

WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu ontem o processo de privatização do setor de telecomunicações e dirigiu uma série de elogios e agradecimentos aos ocupantes do Ministério das Comunicações nos seus dois mandatos, mas omitiu o nome de Luiz Carlos Mendonça de Barros, que ocupou o cargo entre abril e novembro de 98.
FHC elogiou o antecessor de Mendonça, Sérgio Motta, o sucessor, Pimenta da Veiga, o atual ministro, Juarez Quadros, e até o ex-presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) Renato Guerreiro, ignorando Mendonça -que revelou nos últimos dias ter tomado conhecimento de um suposto pedido de propina, afirmando tê-lo levado ao conhecimento de FHC.
A revelação da acusação deu munição aos procuradores da República que questionam as privatizações das empresas telefônicas e da Companhia Vale do Rio Doce -cuja venda está no centro da acusação.
O presidente discursou ao final de cerimônia de distribuição de medalhas da Ordem do Mérito das Comunicações, no Palácio do Planalto. Foram condecorados pelo próprio FHC, no grau máximo, o presidente do Supremo Tribunal Federal, o do Senado e o da Câmara dos Deputados -Marco Aurélio de Mello, Ramez Tebet (PMDB) e Aécio Neves (PSDB), respectivamente.
FHC falou sobre os avanços da telefonia após a privatização do setor. Aparentando bom humor, ele chegou a chamar o ministro da Fazenda, Pedro Malan, de "senador", repetindo por brincadeira erro cometido pelo locutor oficial no início da cerimônia.

Perplexidade
Marco Aurélio de Mello, que vai assumir interinamente a Presidência da República na semana que vem, afirmou, depois da cerimônia, que a sociedade está perplexa com a reportagem da revista "Veja" sobre o suposto pedido de propina feito pelo ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira.
"O que é necessário? Afastar essa perplexidade. O meio será o meio legal", afirmou Marco Aurélio. "A CPI deve ser instrumental de excepcionalidade maior. Creio que temos na ordem jurídica outros meios para chegar ao que realmente ocorreu, sem precipitação, sem açodamento, sem presumir-se a culpa", completou.
Sobre sua passagem pela Presidência, Marco Aurélio afirmou que apenas cumprirá a liturgia do cargo, sem preocupação maior. "O que sou realmente é juiz."



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