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FHC defende privatização das teles
WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu ontem o
processo de privatização do setor
de telecomunicações e dirigiu
uma série de elogios e agradecimentos aos ocupantes do Ministério das Comunicações nos seus
dois mandatos, mas omitiu o nome de Luiz Carlos Mendonça de
Barros, que ocupou o cargo entre
abril e novembro de 98.
FHC elogiou o antecessor de
Mendonça, Sérgio Motta, o sucessor, Pimenta da Veiga, o atual ministro, Juarez Quadros, e até o ex-presidente da Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações)
Renato Guerreiro, ignorando
Mendonça -que revelou nos últimos dias ter tomado conhecimento de um suposto pedido de propina, afirmando tê-lo levado
ao conhecimento de FHC.
A revelação da acusação deu
munição aos procuradores da República que questionam as privatizações das empresas telefônicas
e da Companhia Vale do Rio Doce
-cuja venda está no centro da
acusação.
O presidente discursou ao final
de cerimônia de distribuição de
medalhas da Ordem do Mérito
das Comunicações, no Palácio do
Planalto. Foram condecorados
pelo próprio FHC, no grau máximo, o presidente do Supremo Tribunal Federal, o do Senado e o da Câmara dos Deputados -Marco
Aurélio de Mello, Ramez Tebet
(PMDB) e Aécio Neves (PSDB),
respectivamente.
FHC falou sobre os avanços da
telefonia após a privatização do
setor. Aparentando bom humor,
ele chegou a chamar o ministro da
Fazenda, Pedro Malan, de "senador", repetindo por brincadeira
erro cometido pelo locutor oficial
no início da cerimônia.
Perplexidade
Marco Aurélio de Mello, que vai
assumir interinamente a Presidência da República na semana
que vem, afirmou, depois da cerimônia, que a sociedade está perplexa com a reportagem da revista "Veja" sobre o suposto pedido
de propina feito pelo ex-diretor
do Banco do Brasil Ricardo Sérgio
de Oliveira.
"O que é necessário? Afastar essa perplexidade. O meio será o
meio legal", afirmou Marco Aurélio. "A CPI deve ser instrumental
de excepcionalidade maior. Creio que temos na ordem jurídica outros meios para chegar ao que realmente ocorreu, sem precipitação, sem açodamento, sem presumir-se a culpa", completou.
Sobre sua passagem pela Presidência, Marco Aurélio afirmou
que apenas cumprirá a liturgia do
cargo, sem preocupação maior.
"O que sou realmente é juiz."
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