São Paulo, quarta-feira, 08 de maio de 2002

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PF do Rio pede a quebra do sigilo de ex-diretor do BB

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A Polícia Federal do Rio de Janeiro pediu à Justiça a quebra do sigilo fiscal do ex-diretor da Área Internacional do BB (Banco do Brasil) Ricardo Sérgio de Oliveira.
O pedido é parte do inquérito que apura a acusação de que Ricardo Sérgio teria pedido ao empresário Carlos Jereissati uma propina de R$ 90 milhões para atrair os fundos de pensão para o consórcio que comprou a Tele Norte Leste (atual Telemar) no leilão de privatização da Telebrás.
Segundo a Folha apurou, a Delecoie (Delegacia de Combate ao Crime Organizado e Inquéritos Especiais) da Superintendência da PF expedirá neste mês as intimações para interrogar os supostos envolvidos na cobrança da propina, inclusive Ricardo Sérgio.
A quebra de sigilo bancário ainda não foi solicitada pela PF. O inquérito está sendo presidido pela delegada Patrícia de Freitas. Não há data marcada para o depoimento do ex-diretor e das demais pessoas que serão interrogadas.
Até agora o único a ser ouvido foi o ex-senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), autor da acusação contra Ricardo Sérgio.
ACM foi ouvido em Salvador, em janeiro deste ano, quando o inquérito era presidido pelo delegado Deuler Rocha, substituído em março. Segundo informações da PF, o ex-senador não apresentou provas de sua acusação. ACM teria apenas entregue um documento contendo o suposto esquema da propina, que teria chegado ao ex-senador pelo correio.
Segundo reportagem da revista "Veja", Ricardo Sérgio teria pedido propina na privatização da Vale do Rio Doce, em 1997.
A PF, a pedido do Ministério Público Federal, dividiu as investigações do chamado "caso Telemar" em cinco inquéritos. Isso foi feito para separar a apuração do suposto crime de corrupção contra Ricardo Sérgio das demais suspeitas de irregularidades investigadas no inquérito.
Quando pediu as investigações, o Ministério Público juntou a acusação contra o ex-diretor a suspeitas de que fundos de pensão, liderados pela Previ (dos funcionários do BB), teriam cometido o crime de agir indevidamente como instituições financeiras, emprestando dinheiro a seus sócios no consórcio Telemar.
O empréstimo teria permitido que os sócios pagassem ao governo a primeira parcela da compra da atual Telemar. A empresa foi arrematada por R$ 3,43 bilhões. Emprestar dinheiro sem ser instituição financeira é crime previsto no artigo 16ª da lei nº 7.492.
Além da Previ, também são investigados os fundos Sistel (dos empregados da antiga Telebrás), Funcef (dos empregados da Caixa Econômica Federal) e Petros (dos empregados da Petrobras).



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