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Oposição busca apoio
para instalação de CPI
DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sem o PFL, o PMDB e o PSDB,
maiores partidos no Congresso, a
oposição começou ontem a recolher assinaturas para a instalação
de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar
denúncias de que o ex-diretor do
Banco do Brasil Ricardo Sérgio de
Oliveira teria pedido propina de
15 milhões de reais ou dólares para ajudar na formação do consórcio que comprou a Companhia Vale do Rio Doce, em 1997.
A falta de apoio dos grandes
partidos chegou a provocar a desistência da CPI no início da tarde. "Não vamos praticar um factóide", disse o líder do PDT, Miro
Teixeira (RJ). Para a instalação de
uma CPI mista são necessárias 171
assinaturas de deputados e 27 de
senadores -número impossível
de ser conseguido apenas com os
deputados de oposição.
O líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), argumentou que a investigação das denúncias "estava em boas mãos", com a atuação do
Ministério Público e da corregedoria. "O momento é de crise profunda. O PFL não vai colocar álcool ou gasolina nessa crise."
Uma nova reunião à tarde mudou a disposição da oposição. Os
líderes ponderaram que novos fatos podem ser revelados nos próximos dias, dando força à CPI.
"As cúpulas dos partidos decidiram não assinar, mas, se acontecer um fato novo, pode haver um clima favorável", disse o líder
do PT, João Paulo Cunha (SP).
Para atrair assinaturas, a oposição limitou a abrangência da CPI.
O pedido restringe a investigação
à atuação de Ricardo Sérgio no
Banco do Brasil e no comando
dos fundos de pensão durante a
privatização da Vale. O PT, o
PDT, o PSB, o PC do B e o PL defenderam a CPI mista (com deputados e senadores).
Hoje, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara deve
votar o pedido de convocação do
ministro Paulo Renato Souza
(Educação) e do ex-ministro Luiz
Carlos Mendonça de Barros (Comunicações), que confirmaram
ter ouvido do empresário Benjamin Steinbruch a denúncia do pedido de propina. O pedido inclui
Steinbruch e Ricardo Sérgio.
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