São Paulo, quarta-feira, 08 de maio de 2002

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Oposição busca apoio para instalação de CPI

DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Sem o PFL, o PMDB e o PSDB, maiores partidos no Congresso, a oposição começou ontem a recolher assinaturas para a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar denúncias de que o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira teria pedido propina de 15 milhões de reais ou dólares para ajudar na formação do consórcio que comprou a Companhia Vale do Rio Doce, em 1997.
A falta de apoio dos grandes partidos chegou a provocar a desistência da CPI no início da tarde. "Não vamos praticar um factóide", disse o líder do PDT, Miro Teixeira (RJ). Para a instalação de uma CPI mista são necessárias 171 assinaturas de deputados e 27 de senadores -número impossível de ser conseguido apenas com os deputados de oposição.
O líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), argumentou que a investigação das denúncias "estava em boas mãos", com a atuação do Ministério Público e da corregedoria. "O momento é de crise profunda. O PFL não vai colocar álcool ou gasolina nessa crise."
Uma nova reunião à tarde mudou a disposição da oposição. Os líderes ponderaram que novos fatos podem ser revelados nos próximos dias, dando força à CPI.
"As cúpulas dos partidos decidiram não assinar, mas, se acontecer um fato novo, pode haver um clima favorável", disse o líder do PT, João Paulo Cunha (SP).
Para atrair assinaturas, a oposição limitou a abrangência da CPI. O pedido restringe a investigação à atuação de Ricardo Sérgio no Banco do Brasil e no comando dos fundos de pensão durante a privatização da Vale. O PT, o PDT, o PSB, o PC do B e o PL defenderam a CPI mista (com deputados e senadores).
Hoje, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara deve votar o pedido de convocação do ministro Paulo Renato Souza (Educação) e do ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros (Comunicações), que confirmaram ter ouvido do empresário Benjamin Steinbruch a denúncia do pedido de propina. O pedido inclui Steinbruch e Ricardo Sérgio.



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