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CASA DE VIDRO
Evento é comparado à "Casa dos Artistas"
Almoço com tucano vira "reality show"
DA REPORTAGEM LOCAL
Realizado no restaurante do
Museu de Arte Moderna, em
São Paulo, o almoço organizado
ontem em homenagem ao banqueiro Olavo Setubal atraiu uma
pequena multidão de estudantes e curiosos.
"Parece a Casa dos Artistas, só
que mais chique", comentou
um dos alunos de uma das escolas públicas que faziam visitas à
25ª Bienal de São Paulo e presenciou o encontro, que reuniu,
entre outros, o pré-candidato do
PSDB à Presidência, José Serra, e
o vice-presidente da República,
Marco Maciel.
Sobrinha de Olavo Setubal, a
anfitriã, Milu Villela, organizou
o almoço para o banqueiro no
restaurante do museu, separado
por um vidro do parque Ibirapuera e situado ao lado do prédio da Bienal, para onde afluem
excursões escolares.
Dos 22 participantes do evento, quase todos eram familiares
de Setubal. Dividiram a homenagem com a família ainda o
publisher da Folha, Octavio
Frias de Oliveira; o diretor de ""O
Estado de S.Paulo", Ruy Mesquita, e Cláudio Lembo, presidente do PFL em São Paulo.
Os jovens gritavam o nome do
tucano, o mais reconhecido. Alguns contestavam com gritos
que iam de "Lula" a ""Cadê a
aposentadoria da minha avó?" e
""Quero aumento".
Pediam também um pouco de
comida, entre risos e gestos de
que estavam com fome. ""Me dá
um pedacinho?", dizia Fernanda Dias da Silva, 15, estudante
que disse não ter comido nada
desde às 7h, quando deixou a
zona leste rumo à Bienal. Passava das 14h.
"Vamos procurar alguma coisa pra bater um rango depois",
explicou ela. Os que não aguentaram a espera, preferiram assistir ao almoço dos Setubal munidos de pacotes de bolacha e latinhas de refrigerante.
Vestido de preto, de óculos escuros e boné igualmente escuro,
um dos alunos da escola Eunice
Marques, na zona leste, anunciava: "Eu vou votar naquele deputado lá do Rio, o Garotinho".
Para a aglomeração do lado de
fora, Serra chegou a mandar beijinhos e acenar. Terminou à tarde distribuindo autógrafos.
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