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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Partido inicia ofensiva junto a associações de empresários
PT vai à Fiesp e promete mudança com "equilíbrio"
FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT prometeu ontem à diretoria da principal entidade empresarial do país, a Fiesp (Federação
das Indústrias do Estado de São
Paulo), que, no poder, vai promover mudanças "com segurança e
equilíbrio".
Em reunião de mais de uma hora, petistas e empresários trocaram sugestões para o próximo
mandato presidencial. "Temos
muita coisa em comum, em áreas
como política tributária, políticas
de desenvolvimento regional,
combate à guerra fiscal", disse
Antônio Palocci Filho, coordenador do programa de governo de
Luiz Inácio Lula da Silva.
Do lado dos petistas, participaram, além de Palocci, o presidente
nacional do partido, José Dirceu,
o secretário-geral, Luiz Dulci, e o
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho.
Do lado dos empresários, estiveram o presidente da federação,
Horácio Lafer Piva e outros integrantes da diretoria.
Em fase final de elaboração de
seu programa de governo, o PT
está iniciando uma ofensiva junto
ao grande empresariado.
Ontem, foi à Fiesp. Amanhã,
Lula estará na Confederação Nacional da Indústria. E, até o final
de junho, haverá visitas às federações das indústrias de Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Além de pedir sugestões a seu
programa -iniciativa inédita nas
campanhas presidenciais do partido-, o PT, nas visitas, busca
abrir portas no empresariado e, se
não eliminar, ao menos reduzir a
histórica rejeição a Lula.
As visitas ocorrem uma semana
após o início de uma série de relatórios de bancos estrangeiros recomendando o rebaixamento da
avaliação do Brasil, em razão da
liderança folgada de Lula nas pesquisas. Entre as instituições que
tomaram esta iniciativa estão o
Morgan Stanley e o Merril Lynch.
"As visitas já estavam marcadas,
não estão relacionadas aos relatórios dos bancos, alguns desmentidos pelas próprias diretorias das
instituições. Têm o propósito de
reunir as experiências dos setores
produtivos para construir um
consenso para governar o Brasil",
declarou o coordenador.
Palocci admitiu, no entanto,
que a reunião serviu também para
mostrar que o PT não fará pirotecnia no poder nem quebrará
compromissos na Presidência.
"Procuramos demonstrar [na
reunião" que queremos fazer uma
mudança com segurança. Queremos um projeto que mude, agora
uma mudança equilibrada, evidentemente", declarou Palocci.
Para ele, a população e o empresariado querem mudança na condução da economia. "Não acredito que o empresário que pensa o
Brasil queira que as coisas fiquem
como estão", afirmou.
Apesar da proximidade de muitas idéias com a indústria, Palocci
declarou que a reunião "não foi
apenas de concordâncias".
Há diferenças importantes, de
acordo com os petistas, em áreas
como privatizações e propostas
para o setor elétrico. A diretoria
da Fiesp não comentou o encontro com os representantes do PT.
Ecoando o que outros líderes
petistas já vem pregando há algum tempo, Palocci também procurou evitar expectativas exageradas quanto ao início de um eventual governo Lula. Disse que não
será possível dobrar o valor do salário mínimo ou fazer a economia
crescer ao ritmo de 5% ao ano já
nos primeiros meses de mandato.
"A economia não suporta uma
mudança tão rápida. Vamos estabelecer metas, dizer em quanto
tempo é possível elevar o mínimo
ou fazer o país crescer."
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