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Militante do MLST diz que ação só "foi um momento, não tem como explicar"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Protagonista das cenas de
depredação de terminais informatizados de atendimento
do Congresso, Francielli Denizia Asêncio, 21, morava havia só três meses no acampamento Unidos da Luta, do
MLST, em Uberaba (MG).
Moradora urbana, procurou o
movimento para tentar "conseguir um pedaço de terra".
Autora de um prejuízo de
R$ 77 mil, segundo estimativas da Câmara, Francielli disse à Folha ter consciência da
"confusão" em que se envolveu, mas não soube explicar o
motivo que a levou a destruir
os terminais de informação
instalados no Salão Verde da
Câmara. "Não sei explicar.
Foi uma coisa errada. Aconteceu um imprevisto."
Francielli chamou a atenção por, diferentemente de
outros manifestantes, estar
vestida como uma jovem de
classe média. Ela, que tem um
piercing na sobrancelha e
uma tatuagem nas costas, disse que não tem atuação política: foi para o acampamento
do MLST porque esperava
conseguir "um pedaço de terra". Dois tios, de Campina
Grande (PB), conseguiram se
estabelecer ganhando terras
por meio do movimento. "E
eles com situação boa", diz.
Mãe de uma menina de cinco anos, Francielli morava
com a mãe em Uberaba antes
de ir para o acampamento.
Vendia roupas e estudava
-disse ter concluído o segundo ano do segundo grau. Mas
interrompeu os estudos para
se juntar ao MLST. "Na cidade, estava muito difícil o emprego", contou. Ela tem outros tios morando no acampamento Unidos da Luta.
Francielli chegou na terça-feira de manhã a Brasília, em
um ônibus alugado pelo movimento. Foi para um parque
com outros integrantes e chegou à Câmara no momento
em que a confusão já tinha
começado. " Não tem como
explicar. Estava todo mundo
nervoso", afirmou.
A manifestante passou a
madrugada de ontem algemada na 2ª DP em Brasília e
não teve contato com a família. À tarde, foi levada para o
Complexo Penitenciário da
Papuda, em Brasília. Deverá
responder à Justiça por dano
ao patrimônio público, corrupção de menores e formação de quadrilha.
(LS)
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