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Terrenos da Amazônia são negociados por corretores em páginas da internet
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Corretores brasileiros e estrangeiros anunciam na internet terras na Amazônia a preços milionários. Por US$ 60 o
hectare, o italiano Giovanni
Caporaso oferece terras em Lábrea (AM), onde há anos grileiros e madeireiros ignoram as
leis. De Miami, a corretora brasileira Denise French vende
área preservada com praia paradisíaca às margens do rio Negro e tribos indígenas dos séculos 17 e 18 por US$ 99 mil.
O preço da área chamada Seringal, no município de Pauini
(AM), é a negociar. Mas, de
acordo com o anúncio do site
registrado na Ucrânia, é possível encontrar lá ouro, prata, gás
natural e petróleo. O escritório
de advocacia Wheeler Wolf, em
Dakota do Norte, nos EUA,
aparece como o responsável
pelos termos do contrato, estimado em US$ 3 milhões.
"Oferecer terra não é crime.
Mas por trás dos sites podem
estar estelionatários", afirmou
Jorge Pontes, chefe da Interpol
no Brasil, que já chefiou o departamento de Repressão a
Crimes Ambientais da PF.
Um dos sites, administrado
pelo italiano Caporaso, oferece
muito mais que propriedades
na Amazônia. De Roraima ao
Rio Grande do Sul, é possível
vender e comprar imóveis no
Offshore World Brazil. "Disponibilizamos nossa página para
as pessoas anunciarem. Às vezes, compramos para vender."
Além de terrenos, é possível
comprar árvores, para ajudar
na preservação. Há ONGs que
vendem diferentes espécies da
fauna brasileira a preços que
variam de US$ 1 a US$ 65,99.
Ana Cristina Conceição Larson, brasileira que vive há mais
de nove anos nos EUA, também
não vê problema em vender
terras, na Amazônia ou em
qualquer outro lugar do país.
Há, porém, inquérito aberto
na Superintendência da PF no
Amazonas que investiga site
em seu nome, registrado em
Bismarck, na Dakota do Norte
(EUA). A brasileira diz desconhecer a investigação e alega
que os imóveis que vendiam
eram regulares. "Nunca aceitei
nada que não fosse legal, que
não tivesse documentação."
(FERNANDA ODILLA e LUCAS FERRAZ)
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