São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2004

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PAINEL

Ironia à direita
O PFL dá os retoques finais a um plano econômico alternativo a ser lançado nas próximas semanas. Título sarcástico: "Vamos Tirar o Brasil do Vermelho". Prega forte redução de despesas do Estado e é o embrião da campanha presidencial de 2006.

Receita de oposicionista
O presidente do PFL, Jorge Bornhausen, diz que "até hoje todas as crises sempre foram resolvidas pelo aumento da tributação". Com a carga tributária nas alturas, "é hora de atacar pelo lado da despesa", afirma.

Vermelho tranqüilo
Antes de saber da intenção do PFL, o ministro Luiz Dulci apontava sinais de que a economia está nos trilhos: "Não é à toa que a oposição deixou de falar no tema", dizia ele.

Leão manso
Dezessete deputados ainda não entregaram a declaração de renda referente ao exercício de 2004, como exige a lei, apesar dos pedidos da Secretaria de Controle Interno da Câmara. Entre eles, ACM Neto (PFL) e Luiz Eduardo Greenhalgh (PT).

Babel petista
O governo bateu cabeça no esforço concentrado do Congresso. Enquanto os líderes aliados faziam acordos para aprovar a MP da Cofins, o ministro Miguel Rosseto bombardeava nos bastidores. Dizia que a MP iria onerar a agricultura familiar.

Cabeça a prêmio
O líder do governo na Câmara, Professor Luizinho (PT-SP), votou por engano contra um item da MP da Cofins. Os dissidentes do PT reclamam por uma punição. Argumento: quando votaram contra o salário mínimo, o governo ganhou; já o líder votou contra, e o governo perdeu.

Queda-de-braço
Em resposta à tentativa tucana de convocar Maluf, José Mentor (PT), relator da CPI do Banestado, quer ouvir João Arcanjo Ribeiro, acusado de comandar o crime organizado no MT e que teria colaborado com a campanha de Antero Paes de Barros (PSDB), presidente da CPI.

Mudança pronta
João Santana pode deixar a campanha do PT na Ribeirão Preto de Antonio Palocci para atuar na disputa de Campinas.

Discreto como um avião
O Planalto misturou num mesmo projeto créditos para o Airbus de Lula e para a Polícia Rodoviária Federal. A oposição chiou e separou as propostas: se votasse contra o dinheiro para o avião, estaria votando também contra a verba da polícia.

Fogo ao mar
O presidente Lula assinou decreto que muda o nome da Patrulha Costeira para Patrulha Naval e permite que a Marinha ataque embarcações na costa brasileira que resistam à ordem de parada ou de identificação.

Dá trabalho
A corrente petista radical O Trabalho propõe a Lula "estatizar fábricas ocupadas para preservar postos de trabalho".

Óbvio ululante
Em boletim interno, o PT dimensiona o embate contra o PSDB, que lançou candidatos próprios em 12 capitais. "Os tucanos estão fora da cabeça-de-chapa em seis dos dez maiores colégios eleitorais. Será em São Paulo que jogará seu destino."

Conselho tucano
Do manual do PSDB para seus candidatos: "O eleitor não quer ingovernabilidade. Tem pânico do imponderável. Quando o prefeito não se dá com o governador ou fala mal do presidente, o eleitor fica em pânico".

Serra Teflon
José Serra leva ao pé da letra a tentativa de ser o "candidato Teflon", aquele no qual nada gruda. Em caminhada no centro de São Paulo, arrancava os adesivos de sua candidatura que militantes insistiam em colar nele.

TIROTEIO

Do Valdemar da Costa Neto (PL), sobre Roberto Jefferson (PTB) condenar as críticas do vice-presidente José Alencar à política econômica:
- O presidente de um partido que pegou carona no governo Lula depois de eleito não tem moral para falar de um vice da categoria do José Alencar.

CONTRAPONTO

Perde comércio, mas não a piada

O presidente do México, Vicente Fox, encontrou-se ontem com Luiz Inácio Lula da Silva para que seguissem juntos para a Argentina, onde se realiza encontro de cúpula do Mercosul.
O convite para que Fox fizesse escala no Brasil antes de ir a Puerto Iguazú foi feito por Lula em maio, durante visita do presidente brasileiro a Guadalajara, para participar da cúpula de chefes de Estado e governo da América Latina e da Europa.
Vicente Fox tem como um de seus projetos prioritários aumentar a fabricação de componentes de avião no México. Tem estimulado uma aproximação de empresas de seu país com a brasileira Embraer.
Ao receber o convite de Lula, Fox perguntou ao brasileiro:
-Vamos juntos em um avião da Embraer?
Lula respondeu de pronto:
-Que nada. Vamos é de Sucatão mesmo.


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