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NEOPETISMO
Acordo se limita a apressar votações no Congresso
Em nome do governo, João Paulo oferece verba por apoio da oposição
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara, João
Paulo Cunha (PT-SP), se comprometeu ontem em nome do governo a liberar recursos orçamentários para o PSDB e para o PFL em
troca do apoio para a votação de
todas as matérias pendentes até
hoje, inclusive a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
O acordo foi fechado em reunião de João Paulo com os líderes
do PFL, José Carlos Aleluia (BA),
e do PSDB, Custódio Mattos
(MG), mas não significou apoio
ao mérito dos projetos, apenas a
garantia de que seriam votados. O
ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política) já havia tentado fechar acordo semelhante, mas o
governo recuou, usando como
pretexto a votação do mínimo.
Na versão de Aleluia, ele e Custódio reclamaram da "discriminação" do governo, que até segunda-feira empenhou (assumiu
o compromisso do gasto) 59,7%
das emendas que os parlamentares governistas fizeram ao orçamento, contra 21,3% da oposição.
João Paulo, segundo o líder pefelista, tentou justificar que os
empenhos dependem muito de
cada área e de cada ministro e que
o Palácio do Planalto não tem o
controle total sobre isso.
Tanto o pefelista quanto Custódio saíram do encontro com a
certeza de que o presidente da Câmara obtivera aval do chefe da
Casa Civil, José Dirceu, para fechar o acordo de ontem e acelerar
as votações no Congresso.
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