São Paulo, sexta-feira, 08 de julho de 2005

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PAINEL

À prova de bala
Blindagem eficiente é a de Duda Mendonça. Com os contratos de publicidade do governo na berlinda, o marqueteiro do rei e dono de algumas das melhores contas da administração federal conseguiu, até o momento, permanecer a léguas do noticiário.

Bom diálogo
Zilmar Fernandes da Silveira, sócia de Duda na agência que atende a Secom e a Petrobras, sempre teve excelente relacionamento com o agora ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares.

Mudança de hábito
De Roberto Jefferson (PTB-RJ), sobre os veementes protestos da senadora Ideli Salvatti (PT-SC) diante das menções do deputado ao pagamento de "mensalão": "Será ela a única santa do lupanar?".

Xadrez iminente
Começará em breve a temporada de prisões decorrentes das denúncias em curso. A orientação anunciada é a de evitar tanto excessos como omissões.

Fogo amigo
Além das pressões da CPI dos Correios e da Polícia Federal, Marcos Valério está em pé de guerra com os sócios e com a mulher, Renilda Cristina. Alegam ter sido pegos de surpresa com o volume da movimentação financeira do empresário.

Círculo vicioso
A oposição trabalha com a hipótese de o empréstimo contraído pelo PT no BMG ter sido feito para "esquentar" contribuições ilegais de campanha. Depois, Marcos Valério saldaria a dívida com dinheiro proveniente de suas lavanderias travestidas de agências de publicidade.

Check-list
Enquanto deputados e senadores se entregavam a mais uma sessão de catarse ontem na CPI, na sala ao lado Fernanda Karina consultava dados num computador para preparar seu depoimento. O "aquecimento" da ex-secretária de Marcos Valério durou mais de cinco horas.

Siga o dinheiro
No rastro do escândalo do "mensalão", a oposição já conseguiu reunir farto material sobre operações heterodoxas que ligariam o Banco da Amazônia ao financiamento de campanhas eleitorais no Pará.

Sai de baixo
Um integrante do governo compara a situação de Luiz Gushiken (Secom) à de "uma jaca mais que madura no meio do caminho entre o galho e o chão".

Paleontologia da crise
Do senador José Jorge (PFL-PE) sobre o ritmo das demissões no Planalto: "O governo parece um dinossauro. Você dá uma pancada no rabo e demora uma semana para chegar à cabeça".

Propósito comum
Em raro consenso, CUT e Força Sindical atuam juntas para evitar que Aldo Rebelo (PC do B) vire ministro do Trabalho.

O petróleo é nosso
O titular da BR Distribuidora, Rodolpo Landim, deverá ser o novo presidente da Petrobras, com a benção dos senadores petistas Aloizio Mercadante e Delcídio Amaral e o aval de Dilma Roussef (Casa Civil).

Lugar nenhum
Cresce a impressão de que a conversa em torno do déficit nominal zero terá destino semelhante ao de outro slogan grandioso do governo: o Fome Zero.

Visita à Folha
Mangabeira Unger, professor da Universidade de Harvard (EUA), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, de Carlos Apolinário, líder da bancada do PDT na Câmara Municipal de São Paulo, de Silvio Félix (PDT), prefeito de Limeira, de Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, de João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força, e de Jorge Luis Pires, assessor de imprensa da Força.

TIROTEIO

Do deputado federal João Fontes (PDT-SE) sobre Marcos Valério, que na CPI afirmou ser "um brasileiro normal":
-O brasileiro normal não é cara-de-pau. Trabalha 12 horas por dia e nem assim consegue pagar suas contas.

CONTRAPONTO

Reflexo condicionado

Um deputado e um senador, ambos petistas, conversavam na última terça nos corredores do Senado, próximo do plenário em que a CPI dos Correios realizava sua audiência:
-Essa crise do "mensalão" está nos arrastando para baixo. Ninguém mais acha que o Roberto Jefferson esteja mentindo-, desabafou um deles.
O outro concordou, acrescentando uma piada ouvida no vôo que o levara até Brasília.
Segundo a historinha, um deputado petista estava de passagem por seu reduto eleitoral.
Ao avistá-lo, um eleitor recordou de uma liberação de verbas para o município conseguida pelo parlamentar. Como o prefeito muito alardeara o feito, o homem se aproximou e disse:
-Excelência, tenho ouvido falar muito do senhor...
Antes que ele concluísse, o deputado se pôs a gritar:
-Você tem provas? Prove!


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