São Paulo, sexta-feira, 08 de julho de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ OPOSIÇÃO

Prefeito de São Paulo e cúpula pefelista descartam hipótese de afastamento do presidente

Serra e PFL criticam Lula, mas refutam impeachment

DA REPORTAGEM LOCAL

Em momentos distintos, ontem, tanto o prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), quanto o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen, criticaram a administração de Luiz Inácio Lula da Silva e o escândalo do "mensalão", mas afastaram a possibilidade de afastamento do presidente.
De acordo com o prefeito tucano, o governo Lula acaba no dia 31 de dezembro do ano que vem. "Do ponto de vista da capacidade de governar e da governabilidade, inegavelmente está enfraquecido. Mas não podemos querer que o governo acabe agora", afirmou.
Serra afirmou que "estamos vivendo um terremoto", mas ponderou: "O importante é que o edifício da democracia se mantenha sólido, apesar dos terremotos que estão ocorrendo agora. Estou confiante de que as instituições, a democracia, as regras do jogo democrático continuam sólidos".
O discurso do senador Jorge Bornhausen (SC), trilhou o mesmo caminho. Em evento que reuniu lideranças de seu partido em São Paulo, o presidente do PFL disse que o governo federal é incompetente, inoperante e corrupto, mas refutou a possibilidade de impeachment do presidente Lula.
"O PFL se manterá na oposição até o fim. (...) O país que o escolheu [Lula] deve mantê-lo até o último dia de governo", disse. "Ele [Lula] é incompetente, mas, nesse momento, não seria justo a abertura desse processo [de impeachment]. O presidente entrou pela porta da frente e vai sair pela porta da frente, mas está condenado a disputar e perder as eleições", complementou.
Um de seus adversários pode ser Cesar Maia, prefeito do Rio de Janeiro, pelo PFL. Também presente no evento do partido em São Paulo, ele disse que, se comprovado, o "mensalão" irá se constituir numa novidade: a "corrupção delivery".
Pré-candidato à Presidência, Cesar Maia justificou sua afirmação: "Isso é novo na história do parlamento mundial. [A propina] é entregue em casa: a pizza do "mensalão'", disse, referindo-se à acusação de pagamento de mesadas em troca de apoio a deputados da base aliada.
Maia disse acreditar que José Serra será o candidato do PSDB à Presidência no ano que vem. Serra perdeu para Lula no segundo turno em 2002. Se essa hipótese se concretizar, o PFL assume a Prefeitura de São Paulo, com o atual vice, Gilberto Kassab.


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