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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ OPOSIÇÃO
Prefeito de São Paulo e cúpula pefelista descartam hipótese de afastamento do presidente
Serra e PFL criticam Lula, mas refutam impeachment
DA REPORTAGEM LOCAL
Em momentos distintos, ontem, tanto o prefeito de São Paulo,
José Serra (PSDB), quanto o presidente do PFL, senador Jorge
Bornhausen, criticaram a administração de Luiz Inácio Lula da
Silva e o escândalo do "mensalão", mas afastaram a possibilidade de afastamento do presidente.
De acordo com o prefeito tucano, o governo Lula acaba no dia 31
de dezembro do ano que vem.
"Do ponto de vista da capacidade
de governar e da governabilidade,
inegavelmente está enfraquecido.
Mas não podemos querer que o
governo acabe agora", afirmou.
Serra afirmou que "estamos vivendo um terremoto", mas ponderou: "O importante é que o edifício da democracia se mantenha
sólido, apesar dos terremotos que
estão ocorrendo agora. Estou
confiante de que as instituições, a
democracia, as regras do jogo democrático continuam sólidos".
O discurso do senador Jorge
Bornhausen (SC), trilhou o mesmo caminho. Em evento que reuniu lideranças de seu partido em
São Paulo, o presidente do PFL
disse que o governo federal é incompetente, inoperante e corrupto, mas refutou a possibilidade de
impeachment do presidente Lula.
"O PFL se manterá na oposição
até o fim. (...) O país que o escolheu [Lula] deve mantê-lo até o
último dia de governo", disse.
"Ele [Lula] é incompetente, mas,
nesse momento, não seria justo a
abertura desse processo [de impeachment]. O presidente entrou
pela porta da frente e vai sair pela
porta da frente, mas está condenado a disputar e perder as eleições", complementou.
Um de seus adversários pode
ser Cesar Maia, prefeito do Rio de
Janeiro, pelo PFL. Também presente no evento do partido em
São Paulo, ele disse que, se comprovado, o "mensalão" irá se
constituir numa novidade: a "corrupção delivery".
Pré-candidato à Presidência,
Cesar Maia justificou sua afirmação: "Isso é novo na história do
parlamento mundial. [A propina]
é entregue em casa: a pizza do
"mensalão'", disse, referindo-se à
acusação de pagamento de mesadas em troca de apoio a deputados da base aliada.
Maia disse acreditar que José
Serra será o candidato do PSDB à
Presidência no ano que vem. Serra perdeu para Lula no segundo
turno em 2002. Se essa hipótese se
concretizar, o PFL assume a Prefeitura de São Paulo, com o atual
vice, Gilberto Kassab.
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