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Novo senador tem débito com a Previdência
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
Com a escolha do senador Hélio
Costa (PMDB-MG) para o Ministério das Comunicações, o pedagogo Wellington Salgado de Oliveira, 47, assumirá sua vaga no Senado. A entidade que ele preside,
a Associação Salgado de Oliveira
de Educação e Cultura, deve ao
INSS R$ 34,5 milhões, segundo a
lista atualizada dos devedores que
está na página do Ministério da
Previdência na internet. As informações são referentes ao dia 31 de
março deste ano.
A associação é também mantenedora da Universo, universidade
privada que, graças a uma decisão
judicial, é a única do país que tem
o direito de se expandir para qualquer Estado sem autorização prévia do Ministério da Educação.
Apesar de ser o novo representante de Minas no Senado, a associação presidida por Wellington
tem sede no Rio e iniciou sua
atuação na área de educação superior nos municípios de São
Gonçalo e Niterói. Hoje, além dos
campi no Rio, a Universo atua
também em São Paulo, Pernambuco, Minas, Goiânia, Distrito Federal e Bahia.
A abertura de campus fora do
Estado sede é proibida pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação,
mas, no caso da Universo, está
amparada por uma decisão do
Tribunal Regional Federal que foi
confirmada pelo STF em 2001. Na
época, o recurso apresentado pelo
MEC para derrubar a decisão do
TRF não foi acolhido no Supremo. O MEC discorda da decisão e
tenta revertê-la na Justiça.
A restrição para abertura de
cursos fora do Estado-sede é uma
tentativa de controlar a expansão
do ensino superior privado. Ao
pedir autorização ou recredenciamento ao ministério, a instituição
tem que informar, em seu estatuto, qual o Estado-sede. O estatuto
da Universo, no entanto, não limita a atuação da universidade a
um único Estado.
Para Wellington, a Universo ao
se expandir está apenas cumprindo um direito seu: "Eu conquistei
[na Justiça] o reconhecimento da
autorização do meu estatuto, em
que o MEC me dava autorização
para abrir campi sem prévia autorização dele".
Sobre a dívida da associação
com o INSS, ele diz que sua instituição não é a única universidade
a estar na lista de devedores e que
a maior parte desse débito (R$ 31
milhões dos R$ 34,5 milhões)
aparece na página da Previdência
na internet com o código 609, que
identifica suspensão ou sobrestamento da ação.
Em e-mail à Folha, a assessoria
de imprensa da Universo diz a
mesma coisa: "Embora o senhor
não tenha colocado na mensagem
enviada a nós [por e-mail], basta
olhar a legenda disponível no site
do Ministério da Previdência sobre as fases em que se encontram
os processos para percebermos
que 91% do total se encontra suspenso por decisão judicial."
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Previdência Social, a informação de
que a ação está suspensa ou que
há sobrestamento da ação não
significa que a entidade não precise mais pagar a dívida. Em alguns
casos, a execução fiscal pode ter
sido suspensa por falta de localização do devedor ou falta de bens
para penhora, por exemplo.
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