São Paulo, sexta-feira, 08 de julho de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ CONEXÕES

Marcos Valério avalizou dívida de R$ 3 milhões com o Banco Rural, revela "Época"

Publicitário foi avalista de outro empréstimo do PT

DA REDAÇÃO

O empresário mineiro Marcos Valério de Souza foi avalista do PT em um novo empréstimo, de R$ 3 milhões, no Banco Rural, segundo a revista "Época", que divulgou a informação ontem à noite em seu site. A operação foi fechada em maio de 2003.
Após tomar conhecimento da reportagem, o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), disse à Folha que procurou o presidente do PT, José Genoino, e que este informou que o empréstimo consta da prestação de contas do partido entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Além de Valério, o empréstimo com o Rural também foi assinado por Genoino, como representante do partido, e pelo tesoureiro afastado da sigla, Delúbio Soares, também avalista do empréstimo.
No fac-símile divulgado no site da "Época" aparece a assinatura de Valério no espaço reservado aos avalistas, mas seu nome não consta do documento.
Em depoimento à CPI dos Correios, anteontem, Valério negou ter avalizado outros empréstimos do PT além do que foi realizado com o BMG, no valor de R$ 2,4 milhões, operação revelada pela revista "Veja".
Valério quitou R$ 350 mil da dívida do PT contraída no BMG. À CPI, afirmou ter retirado seu aval na renovação do empréstimo e que aguardava reembolso do PT.
O presidente do PT negou inicialmente ter avalizado o empréstimo do BMG, mas admitiu a operação quando a revista chegou às bancas. Ele alegou ter assinado o documento em confiança a Delúbio, sem saber do que se tratava.
Mercadante disse ontem nunca ter ouvido falar do contrato com o Rural nem do anterior, com o BMG. "Se existe algum outro contrato, terão [a direção do PT] de explicar. Gostaria que eles [Delúbio Soares e José Genoino] explicassem ao partido e à sociedade todos os contratos de uma vez, como foram feitos, com quem foram feitos e as condições. Aí poderíamos ter clareza para decidir", disse o senador.
Questionado pela reportagem sobre o fato de o empresário Marcos Valério ser o avalista, ele declarou: "O PT tem de tomar providências imediatas para não depender de avalistas como o senhor Marcos Valério". A Folha tentou falar ontem à noite com Genoino e Valério, mas não conseguiu contato por telefone.
Nos dois primeiros anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o diretório nacional do PT obteve R$ 28 milhões em empréstimos de três bancos diferentes. Além do Rural e do BMG, o partido também tomou dinheiro emprestado do Banco do Brasil.


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