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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ CONEXÕES
Marcos Valério avalizou dívida de R$ 3 milhões com o Banco Rural, revela "Época"
Publicitário foi avalista de outro empréstimo do PT
DA REDAÇÃO
O empresário mineiro Marcos
Valério de Souza foi avalista do
PT em um novo empréstimo, de
R$ 3 milhões, no Banco Rural, segundo a revista "Época", que divulgou a informação ontem à noite em seu site. A operação foi fechada em maio de 2003.
Após tomar conhecimento da
reportagem, o líder do governo
no Senado, Aloizio Mercadante
(PT-SP), disse à Folha que procurou o presidente do PT, José Genoino, e que este informou que o
empréstimo consta da prestação
de contas do partido entregue ao
TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Além de Valério, o empréstimo
com o Rural também foi assinado
por Genoino, como representante
do partido, e pelo tesoureiro afastado da sigla, Delúbio Soares,
também avalista do empréstimo.
No fac-símile divulgado no site
da "Época" aparece a assinatura
de Valério no espaço reservado
aos avalistas, mas seu nome não
consta do documento.
Em depoimento à CPI dos Correios, anteontem, Valério negou
ter avalizado outros empréstimos
do PT além do que foi realizado
com o BMG, no valor de R$ 2,4
milhões, operação revelada pela
revista "Veja".
Valério quitou R$ 350 mil da dívida do PT contraída no BMG. À
CPI, afirmou ter retirado seu aval
na renovação do empréstimo e
que aguardava reembolso do PT.
O presidente do PT negou inicialmente ter avalizado o empréstimo do BMG, mas admitiu a operação quando a revista chegou às
bancas. Ele alegou ter assinado o
documento em confiança a Delúbio, sem saber do que se tratava.
Mercadante disse ontem nunca
ter ouvido falar do contrato com o
Rural nem do anterior, com o
BMG. "Se existe algum outro contrato, terão [a direção do PT] de
explicar. Gostaria que eles [Delúbio Soares e José Genoino] explicassem ao partido e à sociedade
todos os contratos de uma vez,
como foram feitos, com quem foram feitos e as condições. Aí poderíamos ter clareza para decidir", disse o senador.
Questionado pela reportagem
sobre o fato de o empresário Marcos Valério ser o avalista, ele declarou: "O PT tem de tomar providências imediatas para não depender de avalistas como o senhor Marcos Valério". A Folha
tentou falar ontem à noite com
Genoino e Valério, mas não conseguiu contato por telefone.
Nos dois primeiros anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o
diretório nacional do PT obteve
R$ 28 milhões em empréstimos
de três bancos diferentes. Além
do Rural e do BMG, o partido
também tomou dinheiro emprestado do Banco do Brasil.
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