|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lula quer usar visitas a órgãos públicos na TV
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao visitar ontem o Dnit (Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes), o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva colocou em prática uma
estratégia de campanha: a
agenda de gestão. A partir de
agora, Lula quer fazer esse tipo
de visita a outros órgãos para
mostrar que vai cobrar o andamento de projetos do governo.
A intenção é usar, depois,
imagens dessas visitas, classificadas de agenda de gestão, no
programa eleitoral gratuito na
busca de exibir um presidente
em ação, enquanto seus adversários fazem campanha.
Será uma forma disfarçada
de campanha, já que, no horário de expediente, ele tem limitações para atuar como candidato. Lula já analisa a possibilidade de abandonar a idéia de
fazer viagens de "vistorias" a
obras. A mudança em estudo
deve-se ao medo de ações na
Justiça Eleitoral. O governo
quer evitar o risco de que uma
viagem de vistoria a obras saia
do controle e se transforme
num ato de campanha, abrindo
a possibilidade de questionamentos no TSE. Segundo o ministro Tarso Genro (Relações
Institucionais), é difícil controlar a militância, que, numa visita de Lula, pode aparecer com
bandeiras e faixas, convertendo
o evento em ato eleitoral.
Em sua visita ontem ao Dnit,
Lula demonstrou que fará cobranças aos subordinados, ao
sugerir que eles sejam "duros"
e "exigentes" na fiscalização
das obras de recuperação das
vias pelo país.
Durante a explanação do ministro Paulo Passos (Transportes), Lula se mostrou sonolento
e aparentava dores no pescoço.
Ele demonstrou impaciência
com Passos: rejeitou o primeiro
pedido dele para subir ao palanque ("Não, aqui está bem"),
reclamou de sua fala ("Eu pensei que você fosse falar sobre
portos e ferrovias") e citou a
imagem do Dnit ("A fama de
vocês não é boa na praça"). Lula
admitiu que a operação tapa-buraco começou por conta das
denúncias da imprensa. Sobre
as dores no pescoço, Lula culpou a atuação pífia do Brasil na
Copa: "Eu estou com o pescoço
duro de tanto olhar para o gol e
esperar que a gente fosse marcar um gol e não marcamos".
(VALDO CRUZ e EDUARDO SCOLESE)
Texto Anterior: Favorecimentos já ocorriam sob o governo de FHC Próximo Texto: Eleições 2006/Presidência: CUT e PT levarão campanha de Lula a portas de fábricas Índice
|