São Paulo, sábado, 08 de julho de 2006

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Lula quer usar visitas a órgãos públicos na TV

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao visitar ontem o Dnit (Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou em prática uma estratégia de campanha: a agenda de gestão. A partir de agora, Lula quer fazer esse tipo de visita a outros órgãos para mostrar que vai cobrar o andamento de projetos do governo.
A intenção é usar, depois, imagens dessas visitas, classificadas de agenda de gestão, no programa eleitoral gratuito na busca de exibir um presidente em ação, enquanto seus adversários fazem campanha.
Será uma forma disfarçada de campanha, já que, no horário de expediente, ele tem limitações para atuar como candidato. Lula já analisa a possibilidade de abandonar a idéia de fazer viagens de "vistorias" a obras. A mudança em estudo deve-se ao medo de ações na Justiça Eleitoral. O governo quer evitar o risco de que uma viagem de vistoria a obras saia do controle e se transforme num ato de campanha, abrindo a possibilidade de questionamentos no TSE. Segundo o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais), é difícil controlar a militância, que, numa visita de Lula, pode aparecer com bandeiras e faixas, convertendo o evento em ato eleitoral.
Em sua visita ontem ao Dnit, Lula demonstrou que fará cobranças aos subordinados, ao sugerir que eles sejam "duros" e "exigentes" na fiscalização das obras de recuperação das vias pelo país.
Durante a explanação do ministro Paulo Passos (Transportes), Lula se mostrou sonolento e aparentava dores no pescoço. Ele demonstrou impaciência com Passos: rejeitou o primeiro pedido dele para subir ao palanque ("Não, aqui está bem"), reclamou de sua fala ("Eu pensei que você fosse falar sobre portos e ferrovias") e citou a imagem do Dnit ("A fama de vocês não é boa na praça"). Lula admitiu que a operação tapa-buraco começou por conta das denúncias da imprensa. Sobre as dores no pescoço, Lula culpou a atuação pífia do Brasil na Copa: "Eu estou com o pescoço duro de tanto olhar para o gol e esperar que a gente fosse marcar um gol e não marcamos". (VALDO CRUZ e EDUARDO SCOLESE)


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