São Paulo, sábado, 08 de julho de 2006

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Velório de Dante vira cenário para desagravo tucano

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ (MT)

FÁTIMA LESSA
COLABORAÇÃO PARA AGÊNCIA FOLHA

O velório de Dante Martins de Oliveira (PSDB) ontem em Cuiabá foi marcado por desagravo da cúpula tucana ao ex-governador morto. Desde 2003, Dante era acusado de ter tido a campanha de reeleição financiada em 1998, em esquema de caixa dois, por João Arcanjo Ribeiro, condenado por comandar o crime organizado em Mato Grosso e preso na cidade. Dante sempre negou.
"É hora de mostrar arrependimento pela calúnia contra ele", afirmou o candidato a governador de São Paulo pelo PSDB, José Serra, que chegou por volta de 14h40 ao velório, na Assembléia Legislativa.
Serra não fez referência direta ao suposto financiamento de Arcanjo, que envolveria ao menos R$ 8,3 milhões em caixa dois. A Justiça determinou a abertura de inquérito, ainda em andamento. Não havia provas contra o ex-governador.
"Quem destratou Dante deve estar agora com vergonha", disse o governador licenciado de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), outro presente ao velório.
"Não podemos ressuscitá-lo, mas podemos reviver seus sonhos. O Brasil inteiro está conosco aqui em Mato Grosso", disse Geraldo Alckmin, candidato do PSDB a presidente da República. Alckmin comparou Dante a estrelas políticas tucanas já mortas: Mário Covas, Franco Montoro e José Richa.
O vice-presidente, José Alencar, representou Luiz Inácio Lula da Silva. "Venho em nome de Lula. Em qualquer lugar que se fale de democracia, lembra-se de Dante", afirmou.
Em 1983, o então deputado federal Dante de Oliveira apresentou emenda constitucional para restabelecer eleições diretas para presidente. A emenda, derrubada na Câmara, contribuiu para o fim do regime.
O velório começou por volta de 2h na Assembléia Legislativa. Segundo a PM, 50 mil pessoas foram ver o corpo. O enterro foi por volta das 18h30 no cemitério da Piedade. Dante morreu anteontem, aos 54 anos, de infeção generalizada.


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