São Paulo, quinta-feira, 08 de agosto de 2002

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PAINEL

SOS internacional
Se o acordo com o FMI acalmar a economia, Serra grudará em FHC, dizendo que ele enfrentou três crises e manteve o país no eixo. Caso a situação continue ruim, terá uma alternativa: desgarrar-se de FHC. Mas ele próprio admite que o Plano B teria pouca eficácia.

O último que apague a luz
O PFL paulista deu um ultimato ao PSDB: se não cumprir "os compromissos de campanha", a maioria do diretório passará a apoiar Ciro para presidente e Maluf para governador.

Telefone sem fio
O PFL-SP reclama que não recebeu material de campanha prometido pelos tucanos. Segundo dirigente do diretório do partido, Romeu Tuma tentou sem sucesso por cinco vezes falar com Serra. A resposta foi sempre igual: "Ele liga já, já".

Língua queimada
Comentário de Ciro na Folha de 4 de outubro de 90: "Na área econômica, Collor em vários aspectos está fazendo o que é certo. No campo político, porém, está se aliando ao que existe de pior. Ao apoiar ACM, Maluf e outros políticos tradicionais, pode estar cavando a sua cova".

Sugestão de pacto
Na reportagem, então candidato ao governo do Ceará, Ciro defendeu que o PSDB ajudasse o governo Collor a "caminhar cada vez mais numa direção melhor". Ao comentar a derrota de Covas na eleição daquele ano, sentenciou: "Covas entrou pelo cano porque é contra Collor".

Cara à tapa
Geraldo Alckmin (PSDB) vai, enfim, aparecer em outdoors ao lado de Serra em São Paulo. Os painéis devem ser exibidos já a partir desta semana.

Estratégia de marketing
A última mudança de Serra no programa de governo lançado ontem foi na parte econômica. Em vez da proposta detalhada, publicou o discurso que fez em março no CE, onde defendeu o tripé das "responsabilidades cambial, monetária e fiscal".

Salto alto
Aécio Neves (PSDB) era o único candidato a governador de Minas Gerais a não ter confirmado, até ontem, sua presença no debate da TV Bandeirantes de domingo em BH.

Carnaval paulistano
Marta (SP) continuará enforcando as sextas para pedir voto a Lula. A prefeita fechou com o PT agenda de amanhã na Baixada Santista, onde irá, por exemplo, a uma escola de samba.

Fim de semana prolongado
Marta esteve na sexta passada na BA. No dia 16, uma sexta, deverá ir a MG. No dia 23, ao RS.

Ego feminino
Lula não sabe o que fazer para melhorar seu desempenho no eleitorado feminino (onde cai dos 40% entre os homens para 27%). Além de elogiar todas as apresentadoras de TV, promoverá um encontro com mulheres no dia 17 de agosto e organizará, em setembro, o "dia lilás".

Gol contra
O Fluminense, time do coração de Pedro Malan (Fazenda), está há três meses com salários atrasados. O ministro disse, anteontem, que "o Brasil dará certo como o Fluminense".

Terror econômico
Para atacar a política de empregos de Alckmin, Maluf, em entrevista na semana passada, disse que a Tilibra estava "saindo" de Bauru. A empresa, há 73 anos na cidade, publicou nota dizendo que é tudo mentira.

Guerra de slogan
Malufistas rebateram o slogan de Alckmin "São Paulo de cara limpa". Acrescentaram a expressão "e de cabeça vazia".

Excesso de passageiros
O Ministério da Justiça assinará convênio com as empresas aéreas e o Procon que prevê indenização aos passageiros e multa em caso de overbooking.

TIROTEIO

De Mercadante (PT), sobre José Aníbal (PSDB) ter dito que ele faz terrorismo econômico:
- É o único que achava que não haveria acordo com o FMI antes da eleição. A crise é grave, o país precisa de apoio internacional e de um governo que enfrente a crise que provocou.

CONTRAPONTO

Teatro financeiro

O candidato petista ao governo de São Paulo, José Genoino, visitou ontem a Bolsa de Valores de São Paulo. Repetiu o que presidenciável do partido, Luiz Inácio Lula da Silva, havia feito na última segunda-feira.
Depois de ser recebido com um café da manhã pela diretoria da Bolsa, Genoino quis dar uma volta pelo salão do "pregão", onde os operadores circulam comprando e vendendo ações.
Logo que entrou no salão, o candidato petista apertou o passo, misturou-se aos operadores, entrou no empurra-empurra e fingiu trabalhar na Bolsa.
- Compra! Vende! - gritava o candidato.
Dez minutos depois, bastante suado, Genoino resolveu ir embora. Na saída, foi cutucado por um dos diretores da Bolsa, que disse empolgado ao seu ouvido:
-- Foi formidável! O senhor precisa dar algumas aulas para o José Serra.



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