São Paulo, domingo, 08 de agosto de 2004

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ELEIÇÕES 2004/CAMPANHA

Tucano diz que socialistas que abandonaram sua candidatura "não têm significado"

Ato de dissidentes do PPS é palco para ataque a Serra

DA REPORTAGEM LOCAL

O ato de apoio de parte do PPS à candidatura de Marta Suplicy (PT) à reeleição, ontem, teve como discurso em comum as críticas indiretas ao candidato do PSDB, José Serra.
O deputado federal João Herrmann (PPS-SP), principal articulador do apoio a Marta, criticou a opção do diretório municipal de São Paulo de aderir a Serra. "Não seremos instrumento de poder de outro partido que se infiltra no nosso", declarou Herrmann.
O PPS rachou após a convenção do partido, em junho, que escolheu o deputado estadual Arnaldo Jardim candidato a prefeito. Dias depois, Jardim retirou a candidatura e declarou apoio ao tucano.
Marta disse que "na política e na vida tem uma característica que faz a diferença, que é a coerência". Ela lembrou que o PPS apoiou o PT no segundo turno da eleição para Presidência da República e faz parte do governo federal.
De forma indireta, a prefeita atacou Paulo Maluf (PP) e Serra. "O futuro nós construímos de vez, virando a página do passado, do nefasto e do revanchismo."
Na campanha de 2000, Marta classificou Maluf como "nefasto". O revanchismo a que se referiu a prefeita é como o PT tem procurado identificar a candidatura de Serra, que perdeu a eleição presidencial para Lula, em 2002.
Serra disse ontem que os membros do PPS que trocaram sua candidatura pela da petista não têm "nenhum significado". "É um problema interno deles." O candidato tucano afirmou ainda que o PSDB se aliou ao "PPS que está aqui", fazendo campanha com ele. "Com os outros, nem queríamos fazer aliança."
O deputado federal Luiz Antonio Fleury, secretário-geral do PTB, também criticou o tucano. "Não seria coerente apoiar um candidato que simboliza aquilo que foi derrotado por Lula."
A cerimônia contou ainda com a presença do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), do ministro das Cidades, Olívio Dutra, do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e da senadora Patrícia Saboya (PPS-CE).
Herrmann disse que pretende "pleitear que o governo do PT na cidade seja plural na Câmara e nas políticas de governo". Questionada se o PPS terá participação em seu eventual segundo mandato, Marta disse que "não se passa a carroça diante dos bois".
A prefeita emocionou-se durante o evento ontem. Primeiro, na homenagem ao militante comunista já falecido João Sanches Segura. Adoração, viúva de Sanches, fez um discurso no qual lembrou com nostalgia o marido, com quem foi casada por 58 anos. E, depois, quando Patrícia Saboya lembrou do apoio da prefeita à sua candidatura, em 2000, pela Prefeitura de Fortaleza. Saboya afirmou que na ocasião foi atacada várias vezes por ser mulher, "inclusive por seu partido [PT]", e Marta lhe enviou uma carta condenando a atitude e se solidarizando. (CHICO DE GOIS)


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