São Paulo, terça-feira, 08 de agosto de 2006

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Polícia também apura tráfico e contrabando

DA AGÊNCIA FOLHA

Os desvios de recursos públicos apontados pela Operação Dominó não são os únicos problemas que assolam Rondônia. O Estado enfrenta há pelo menos dois anos uma série de investigações de combate ao crime organizado, que passam pela sonegação de tributos, contrabando de diamantes, trabalho escravo, tráfico de pessoas, desmatamentos e conflitos fundiários envolvendo índios e sem-terra, além do colapso no sistema prisional.
A mais recente investigação é de sonegação contra benefícios fiscais concedidos pela Suframa para as áreas de livre comércio de Rondônia. É esperada uma operação da Polícia Federal para prender os responsáveis.
"Nós estamos trabalhando com muito afinco para eliminar o crime organizado enraizado em Rondônia", disse o delegado Mauro Sposito. Sposito foi transferido para Rondônia em 2004 para implementar ações de combate ao crime organizado por meio da Operação Mamoré, instalada após o massacre de 29 garimpeiros que exploravam diamantes na reserva dos cintas-largas naquele ano. Entre os personagens da disputa pela exploração dos diamantes dos cintas-largas figura o próprio governador, Ivo Cassol (PSDB), que é investigado sob suspeita de envolvimento na extração ilegal de diamantes. O inquérito, um desdobramento da operação Mamoré, transcorre em sigilo na Justiça. Cassol nega envolvimento.
Antes, o Estado ficou conhecido pela rebelião do presídio Urso Branco em 2004, quando 15 presos foram mortos (corpos e cabeças extirpadas foram exibidos) e pelo massacre dos sem-terra em Corumbiara, em 1995.
Rondônia também figura na lista dos desmatamentos. Um dos responsáveis pela investigação que culminou em 2005 na Operação Curupira, contra desmatamento ilegal na Amazônia, o procurador Mário Lúcio Avelar afirmou que existe uma ramificação da quadrilha em Rondônia: "Ali é só crime. Há uso de guias de transportes falsas, furtadas, calçadas para tirar madeira de forma ilícita".


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