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Senado poupa e faz elogios a diretor do Dnit em sabatina
Comissão aprova indicação de Luiz Antônio Pagot sem questionamentos técnicos
Efetividade de sabatinas foi questionada na crise aérea devido às críticas sobre falta de preparo de dirigentes da Anac, a agência de aviação
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mesmo depois de a crise do
setor aéreo ter levantado questionamentos sobre o processo
de escolha de dirigentes de órgãos públicos, o procedimento
de aprovação dos nomes pelo
Senado não mudou. Ontem, o
indicado do governo para ocupar a diretoria-geral do Dnit
(Departamento Nacional de
Infra-Estrutura de Transportes), Luiz Antônio Pagot, foi
aprovado pela Comissão de Infra-Estrutura em uma sessão
de muitos elogios e poucos
questionamentos em relação às
suas habilitações técnicas ou
denúncias sobre sua conduta.
Pagot foi aprovado por 17 votos a favor e 6 contra, mas ainda
haverá votação no plenário. Ele
não terá estabilidade no cargo.
O Dnit, braço do Ministério
dos Transportes, tem orçamento de cerca de R$ 8 bilhões neste ano. Considerando os restos
a pagar de 2006, gerenciará
quase R$ 12 bilhões.
Dos 23 senadores que compõem a comissão, apenas Mário Couto (PSDB-PA), suplente, fez críticas e questionamentos diretos a Pagot. O senador
Eliseu Resende (DEM-MG) fez
um alerta geral sobre a necessidade de se exigir qualificações
dos indicados. Os demais fizeram elogios, perguntas genéricas e até pedidos de obras.
Logo que Pagot terminou sua
exposição inicial -e antes das
perguntas-, o líder do governo
no Senado, Romero Jucá
(PMDB-RR), sugeriu que a votação começasse. O presidente
da comissão, Marconi Perillo
(PSDB-GO), negou, mas depois
acabou autorizando a prática.
"Só tenho ouvido elogios ao
doutor Pagot. É um homem
correto, tocador de obras", disse o senador João Ribeiro (PR-TO). Delcídio Amaral (PT-MS)
reforçou. "Descobri uma outra
virtude em você [Pagot]: a paciência. Você nada teme e nada
deve, fez um excelente trabalho em Mato Grosso", disse.
Pagot foi secretário de Infra-Estrutura do Estado. Depois da
sabatina, Ribeiro e Amaral disseram que conheciam o currículo do indicado e suas respostas às denúncias.
A crítica feita a Pagot por
Mário Couto foi em relação ao
fato de ter omitido que trabalhou no Senado entre 1995 e
2002, enquanto trabalhava em
empresa privada. O acúmulo
de funções seria ilegal. "É preciso mais cuidado com as indicações, para que mais tarde o
país não passe pelo que está
passando. O argüido cometeu
uma irregularidade", afirmou.
Em sua resposta, Pagot disse
que informou ao Senado que
trabalhava em uma empresa
privada. "Nunca omiti nenhuma informação", disse.
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