São Paulo, quarta-feira, 08 de agosto de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Senado poupa e faz elogios a diretor do Dnit em sabatina

Comissão aprova indicação de Luiz Antônio Pagot sem questionamentos técnicos

Efetividade de sabatinas foi questionada na crise aérea devido às críticas sobre falta de preparo de dirigentes da Anac, a agência de aviação

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mesmo depois de a crise do setor aéreo ter levantado questionamentos sobre o processo de escolha de dirigentes de órgãos públicos, o procedimento de aprovação dos nomes pelo Senado não mudou. Ontem, o indicado do governo para ocupar a diretoria-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes), Luiz Antônio Pagot, foi aprovado pela Comissão de Infra-Estrutura em uma sessão de muitos elogios e poucos questionamentos em relação às suas habilitações técnicas ou denúncias sobre sua conduta.
Pagot foi aprovado por 17 votos a favor e 6 contra, mas ainda haverá votação no plenário. Ele não terá estabilidade no cargo.
O Dnit, braço do Ministério dos Transportes, tem orçamento de cerca de R$ 8 bilhões neste ano. Considerando os restos a pagar de 2006, gerenciará quase R$ 12 bilhões.
Dos 23 senadores que compõem a comissão, apenas Mário Couto (PSDB-PA), suplente, fez críticas e questionamentos diretos a Pagot. O senador Eliseu Resende (DEM-MG) fez um alerta geral sobre a necessidade de se exigir qualificações dos indicados. Os demais fizeram elogios, perguntas genéricas e até pedidos de obras.
Logo que Pagot terminou sua exposição inicial -e antes das perguntas-, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), sugeriu que a votação começasse. O presidente da comissão, Marconi Perillo (PSDB-GO), negou, mas depois acabou autorizando a prática.
"Só tenho ouvido elogios ao doutor Pagot. É um homem correto, tocador de obras", disse o senador João Ribeiro (PR-TO). Delcídio Amaral (PT-MS) reforçou. "Descobri uma outra virtude em você [Pagot]: a paciência. Você nada teme e nada deve, fez um excelente trabalho em Mato Grosso", disse. Pagot foi secretário de Infra-Estrutura do Estado. Depois da sabatina, Ribeiro e Amaral disseram que conheciam o currículo do indicado e suas respostas às denúncias.
A crítica feita a Pagot por Mário Couto foi em relação ao fato de ter omitido que trabalhou no Senado entre 1995 e 2002, enquanto trabalhava em empresa privada. O acúmulo de funções seria ilegal. "É preciso mais cuidado com as indicações, para que mais tarde o país não passe pelo que está passando. O argüido cometeu uma irregularidade", afirmou.
Em sua resposta, Pagot disse que informou ao Senado que trabalhava em uma empresa privada. "Nunca omiti nenhuma informação", disse.


Texto Anterior: Dirceu recebe apoio de ministros, assessores, políticos e mensaleiros
Próximo Texto: Minas Gerais: Deputados querem derrubar veto de Aécio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.