São Paulo, sexta-feira, 08 de agosto de 2008

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Aécio diz que é preciso "dar tempo" a Serra

Governador mineiro, que veio a São Paulo para apoiar Alckmin, diz que tucanos precisam entender as razões do colega paulista

Aécio diz que a relação entre Serra e Kassab não causa desconforto, pois "ele foi sucedido pelo vice" e tem aliados "na administração"

ANA FLOR
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Em visita para declarar apoio à candidatura do tucano Geraldo Alckmin, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse ontem que é preciso "compreender as circunstâncias" do governador José Serra (SP), que ainda não fez aparições ao lado de Alckmin.
A candidata Marta Suplicy (PT) ironizou o fato de Aécio dar demonstração pública de apoio aos tucanos paulistanos antes do governador paulista.
Alckmin e Aécio saíram na chuva para tomar um café no centro da cidade. Aécio disse que a posição de Serra -que informalmente apóia o atual prefeito, Gilberto Kassab (DEM)- "não causa desconforto" aos tucanos. "Ele foi prefeito da capital, foi sucedido pelo seu vice, tem pessoas ligadas a ele na administração [municipal]." "Ele [Serra] saberá construir essa transição naturalmente, vamos dar tempo ao tempo", disse.
Em evento de campanha, ao ser questionada sobre a visita de Aécio, Marta Suplicy aproveitou para explorar o fato de o governador paulista não estar presente nos eventos de Alckmin. "Certamente ficará a indagação de por que o governador do Estado dele [Alckmin] não vai na caminhada", disse.
Aécio negou qualquer relação entre as eleições municipais e a sucessão presidencial de 2010 -na qual ele e Serra são considerados concorrentes à vaga tucana. Disse que a coligação PSDB-DEM para 2010 não será afetada por rivalidades municipais. "Não é uma eventual disputa, sobretudo como se dará em São Paulo, que, em razão da personalidade dos candidatos Geraldo [Alckmin] e Kassab, será de alto nível."
Alckmin, por sua vez, disse que "todos virão" para sua campanha. Segundo o candidato, ele irá se encontrar com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Estamos fazendo um café solidário", disse. "Dividi hoje [um café] com o Aécio, vou dividir com o Fernando Henrique e, depois, vou dividir com o Serra", disse ele, fazendo menção à redução no consumo de café, orientação que segue desde sua internação para tratar de uma inflamação no intestino. Os médicos proibiram a ingestão de cafezinhos, doces e quitutes. O ex-governador paulista estava habituado a tomar 25 cafés por dia durante os períodos de campanha eleitoral.


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