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Participação de Aécio dificulta entrada de Serra na campanha
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A participação do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, na campanha de Geraldo
Alckmin criou um novo entrave para aproximação entre José
Serra e o candidato tucano a
prefeito de São Paulo.
Reservadamente, os próprios
alckmistas reconhecem que o
governador do Estado, dividido
entre Gilberto Kassab (DEM),
seu vice na prefeitura (de janeiro de 2005 a março de 2006),
pode ter encontrado na visita
do colega mineiro a Alckmin o
pretexto ideal para se manter
afastado da disputa.
Segundo tucanos, Serra encarou o convite a Aécio como
uma tentativa de constrangimento e reclamou da pressão.
Em conversas com secretários ligados a Alckmin, avisou:
"Não funciono sob pressão".
Um dos colaboradores da
campanha de Alckmin, o secretário de Transportes, Mauro
Arce, afirmou que "do ponto de
vista prático, a visita [de Aécio]
não acrescenta muito".
Para aliados de Serra, a convocação de Aécio não só serviu
de munição a Marta como também alimentou o argumento de
kassabistas, segundo os quais
Alckmin será um cabo eleitoral
do governador de Minas.
Embora avalie como remota
a chance de reeleição de Kassab, Serra tem resistido à pressão para que grave um depoimento em favor de Alckmin
ainda no primeiro turno.
Sua idéia seria gravar só depois de cristalizada uma polarização entre Marta Suplicy (PT)
e Alckmin, de preferência no
segundo turno.
Serra e Aécio pleiteiam o direito de concorrer ao Planalto
em 2010 pelo PSDB. Se for eleito, Alckmin terá peso importante no processo de escolha.
Como antídoto à anunciada
entrada do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva na campanha da petista Marta Suplicy,
Alckmin espera contar com
Serra pelo menos em seus programas do horário de TV.
Mas, segundo a Folha apurou, Serra até agora não gravou
uma participação.
Em 2004, quando era governador do Estado, Alckmin fez
aparição no programa de TV de
Serra, então candidato a prefeito, para dizer que seu "parceiro
preferencial" era o tucano, e
não Marta, como ela havia dito.
O comando da campanha de
Alckmin também avalia que
Kassab dispõe de um banco de
imagens repleto de registros de
suas recentes inaugurações ao
lado de Serra e que o material
deverá integrar os programas
de televisão do prefeito.
Ontem, o Tribunal Regional
Eleitoral derrubou a sentença
que determinou a retirada de
vídeos da campanha do tucano
do site Youtube, conforme solicitação do DEM.
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