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PRIVATIZAÇÃO
Com proposta única, BCN vence leilão de banco mineiro
Credireal é vendido sem ágio
pelo preço de R$ 121,3 milhões
FÁBIA PRATES
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O banco mineiro Credireal foi
privatizado ontem por R$
121.360.740,50.
A venda, sem ágio, aconteceu
durante leilão especial na Bovmesb (Bolsa de Valores de Minas-Espírito Santo-Brasília), em
Belo Horizonte.
O BCN (Banco de Crédito Nacional) será o novo controlador do
Credireal depois que fizer a liquidação financeira marcada para o
dia 12 de agosto.
A Companhia de Investimento
Latino-Americana, do Banco Pactual, representante do BCN no leilão, foi a única que apresentou
proposta.
Também estavam habilitados o
BicBanco e a Varejo S.A., representada pelo Bozzano Simonsen.
Atraso
O leilão marcado para as 16h30
começou com 48 minutos de atraso, às 17h18.
Às 17h26, estava sendo anunciado o comprador.
O atraso se deveu a uma intimação judicial pedindo o depósito em
juízo dos recursos apurados no leilão.
A ação movida pelo Sindicato
dos Trabalhadores na Indústria da
Construção Pesada é decorrente
de uma dívida trabalhista da siderúrgica Mendes Jr., que teria crédito junto ao governo de Minas.
A Bovmesb justificou que não é
responsável pela liquidação financeira do Credireal e que estava apenas realizando o leilão.
Dívida trabalhista
O secretário da Fazenda de Minas, João Heraldo Lima, disse que
amanhã o Estado vai se posicionar
junto à Justiça do Trabalho esclarecendo que a ação é um problema
de dívida trabalhista entre empresa e funcionários.
Ele avaliou a privatização como
extremamente positiva, mesmo
não havendo ágio.
O preço mínimo já estaria sobrevalorizado em 30% em relação ao
valor patrimonial do banco que é
de R$ 98 milhões.
O ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola disse que a experiência do Credireal e do Banerj
estão sendo importantes para definir as futuras privatizações do sistema financeiro.
O Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte fez um protesto com
menos de 50 pessoas na porta da
Bovmesb.
Liminar
O juiz da 28ª Vara Cível de Belo
Horizonte não concedeu liminar à
ação impetrada anteontem pela
Fetraf (Federação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro de Minas Gerais) e que tentava impedir
o leilão.
Credireal tem
98
milhões de reais de valor patrimonial.
Segundo o governo mineiro, o preço da
venda do banco está sobrevalorizado
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