São Paulo, sexta, 8 de agosto de 1997.



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BC investiga fraude de novo

FREDERICO VASCONCELOS
da Reportagem Local

O Banco Central decidiu instaurar novo processo administrativo para apurar a responsabilidade dos interventores do BC no Credireal (Banco de Crédito Real de Minas Gerais), entre 1987 e 1989, quando foram realizadas operações irregulares (fraude cambial).
O BC divulgou, ontem, decisão firmada no dia 27 de junho último por Gustavo Franco, como diretor de Assuntos Internacionais, reformando entendimento que eximira aqueles funcionários do BC de serem arrolados em processo administrativo.
Conforme a Folha revelou ontem, Franco havia respondido a requerimento do deputado Cunha Bueno (PPB-SP) afirmando, em março último, que não cabia "a instauração de procedimento administrativo ou mesmo aplicação de multa contra pessoa física".
Privatização
Em sua nova decisão, o BC acolheu as alegações do Credireal, determinando o arquivamento dos processos contra a instituição. Com isso, foi afastada a possibilidade de eventuais impedimentos ao processo de privatização do banco mineiro.
Franco reconheceu "a impossibilidade de se imputar ao indiciado (Credireal) a responsabilidade pelas contratações fraudulentas pactuadas" quando o Credireal estava sob o Regime de Administração Especial Temporária. No período, o banco estava sendo administrado por Conselho Diretor indicado pelo BC e, segundo Franco, "sem qualquer participação ativa ou passiva de seus acionistas".
Franco também ratificou parecer jurídico do BC reconhecendo que houve descumprimento das exigências na totalidade dos contratos de câmbio.
"Não há dúvida que as contratações ocorreram com evidente falta de zelo e vigilância na condução dos contratos de câmbio, permitindo, em última análise, que o verdadeiro fraudador se mantivesse protegido e não identificado", afirmou Franco em sua decisão.



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