São Paulo, quinta-feira, 08 de setembro de 2005

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Presidente não discursará na ONU

FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez desde que assumiu o governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não fará neste ano o tradicional discurso que cabe ao Brasil na abertura do debate geral da Assembléia Geral das Nações Unidas, no próximo dia 17, em Nova York.
Em seu lugar, discursará o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim.
A decisão do presidente coincide com uma das mais importantes assembléias da ONU desde a sua criação, em 1945, e com a maior crise do governo Lula e dos 25 anos de história do PT.
A Assembléia Geral da ONU de 2005 é considerada a mais importante das últimas décadas. Será a 60ª reunião do organismo internacional, que reúne 191 países, e pretende debater durante toda a semana que vem uma série de reformas importantes.
Nos dois primeiros anos de seu governo, em 2003 e 2004, Lula fez questão de discursar e de defender perante os países-membros algumas das mudanças que a ONU terá finalmente a oportunidade de discutir neste ano.
A mudança de maior interesse do Brasil é a ampliação do número de membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (composto hoje por EUA, França, Reino Unido, Rússia e China).
Ao lado de Alemanha, Japão e Índia, o Brasil faz parte do G4, um grupo de países que aspira à ampliação do conselho permanente.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, negou que a ausência de Lula no tradicional discurso tenha conexão com um possível constrangimento provocado pelas denúncias de corrupção que envolvem o governo do petista.
Na prática, Lula irá a Nova York para a Assembléia da ONU entre os dias 14 e 15 de setembro. Ele participará de reuniões relativas às áreas de desenvolvimento e de busca de financiamentos para o combate à pobreza.
""Haverá uma parte na seção especial [de debates] que será a de financiamento e desenvolvimento. E é certo que ele [Lula] falará nesse momento. Mas aí, para falar de novo [no dia 17], seria se repetir. Para se repetir, deixa o ministro", disse Amorim sobre a ausência de Lula no discurso.
Amorim e Lula chegam juntos a Nova York na próxima semana depois de visitarem a Guatemala. O chanceler brasileiro fica até o outro final de semana na cidade. Lula deve retornar ao Brasil na sexta, dia 16.


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